O neocoronel populista Ciro Gomes, candidato do PDT ao Planalto, decidiu que é hora de deixar de lado a versão batizada por ele de "doce de coco", adotada no início da campanha, e partiu para o ataque contra adversários, em especial Geraldo Alckmin (PSDB) - que ele disse ser responsável, junto com Michel Temer, pelas reformas "antipovo, antipobre e antinação". "Vai ficando claro que o inimigo hoje do povo brasileiro é a economia política que representa o governo Temer e o PSDB. Evidentemente que a responsabilidade grave por isso é centralizada no Temer, no Alckmin e no simpático Henrique Meirelles (MDB)", afirmou o falastrão Ciro Gomes a jornalistas após sabatina promovida pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela Faap, em São Paulo. Ciro Gomes se disse disposto a ajudar o povo brasileiro a descobrir "quem é quem por trás da mistificação, da propaganda". "Eu acho que estamos nos aproximando da hora de a onça beber água, o Brasil hoje está bailando à beira de um certo abismo", afirmou. Na segunda-feira (3), em sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo, UOL e SBT, o neocoronel Ciro Gomes já havia dito que Alckmin "deixa roubar". Na terça-feira, ele afirmou que o tucano "deve muitas explicações ao povo brasileiro". "Ele próprio está respondendo a inquérito com delação premiada de ter participado do escândalo da Odebrecht. Toda a sociedade brasileira sabe do inquérito Alstom dos trens de São Paulo. Toda a sociedade brasileira ficou chocada com o escândalo da merenda escolar. Todo mundo já ouviu falar do Paulo Preto", disse. Ciro Gomes inclusive acusou Alckmin de, junto com Temer, ter encomendado a reportagem da revista Veja em que o ex-tesoureiro do Pros, Niomar Calazans, diz que Ciro Gomes "sabia e participava" de um esquema de extorsão no Ceará que envolveria seu irmão Cid Gomes. "Que tal vocês imaginarem que eles compraram uma matéria caluniosa na revista Veja? Foram os dois juntos, o Temer e o Alckmin, todo mundo está sabendo", disse. A prova seria, segundo ele, um financiamento que o Grupo Abril estaria pedindo ao BNDES.
O candidato do PDT ainda disse que a "lupa moral" geralmente aplicada sobre Jair Bolsonaro não é adotada com Alckmin. "Contratar um funcionário fantasma é desonesto mesmo, mas aplica aí essa lupa moral do Bolsonaro em cima do Alckmin. Esse filtro aí é vesgo", disse Ciro Gomes, referindo-se à assessora de gabinete de Bolsonaro que vendia açaí em Angra dos Reis-RJ em seu horário de expediente em Brasília. Na segunda-feira (3), após Ciro Gomes declarar que ele "deixa roubar", o tucano o chamou de irresponsável e "aloprado fujão", que não esclarece a denúncia publicada contra ele pela Veja. Na terça-feira, Ciro Gomes disse que o eleitor do deputado federal é o "lado mais truculento e mais egoísta da sociedade". "Lembre-se que quem está puxando o Bolsonaro são os ricos, os brancos e os machos - ou os homens -, e é basicamente esse lado mais truculento e mais egoísta da sociedade", afirmou. Segundo Ciro, o voto no Bolsonaro é um "pit stop na corrida". "Mas daí a ter que ganhar a eleição, eu acho que o povo brasileiro não cometerá esse suicídio coletivo", completou. Antes de criticar o eleitorado de Bolsonaro, Ciro Gomes havia dito que quer "unir o Brasil para além dessa confrontação miúda de coxinhas contra mortadelas que está fazendo muito mal ao País". Depois se identificou como "mortadela". Disso ninguém tem dúvida.
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