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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Juiz federal argentino Claudio Bonadio pede a prisão da ex-presidente peronista Cristina Kirchner

A ex-presidente argentina Cristina Kirchner, peronista populista que chefiou governos muito incompetentes e corruptos, está sendo processada e agora enfrenta uma ordem de prisão preventiva, decretada nesta segunda-feira pelo juiz federal Claudio Bonadio, em um grande caso de subornos em obras públicas conhecido como “cadernos da corrupção”. Cristina Kirchner agora está respondendo a cinco processos, mas continuará em liberdade porque tem foro privilegiado como senadora, até que o Senado Federal aprove o seu encarceramento. Segundo o juiz Claudio Bonadío, a ex-presidente, de 65 anos, “é considerada chefe de uma associação ilícita”. Ou seja, de uma organização criminosa, igual ao seu parceiro de Foro de São Paulo, o bandido corrupto Lula, presidiário em Curitiba. O magistrado pediu a quebra do foro privilegiado da peronista populista Cristina Kirchner ao Senado e sua prisão, uma vez que na Argentina o juiz pode fazê-lo. Além disso, o juiz Bonadio decretou o congelamento de 4 bilhões de pesos (US$ 100 milhões) dela por esse caso de corrupção nos contratos de obra pública envolvendo ex-funcionários do governo e empresários. Há três semanas, o juiz Bonadio autorizou a realização de operações de buscas e apreensões em três residências de Cristina Kirchner, uma em Buenos Aires e duas na Patagônia, ao sul do país. Apesar de ela ter foro privilegiado, as buscas foram possíveis com a aprovação do Senado. A senadora peronista já esteve duas vezes frente ao juiz Bonadío que investiga o pagamento de subornos milionários por parte dos mais importantes empresários argentinos para obter contratos de construção de obra pública entre 2003 e 2015. Cristina Kirchner será interrogada nesta terça-feira pelo juiz Sebastián Casanello, em outra causa que investiga lavagem de dinheiro. Ela também é acusada de acobertamento de terroristas iranianos que participaram do atentado à Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) que causou dezenas de mortos.

O foro privilegiado de Cristina Kirchner só poder ser removido com a aprovação de dois terços dos votos dos senadores, algo pouco provável, já que o peronismo opositor adiantou que não apoiará essa medida enquanto não houver uma condenação firme. O juiz Bonadio também processou o ex-ministro de Planejamento Federal, Julio de Vido, e outros ex-funcionários desse ministério, assim como vários empresários do ramo energético e da construção, entre eles Ángelo Calcaterra, primo do atual presidente Mauricio Macri.  No total são 42 os processados entre ex-funcionários e empresários, sobre os quais também houve um embargo equivalente ao de Cristina Kirchner. Apenas 12 pessoas foram eximidas do pedido de prisão preventiva. 

O caso surgiu com a divulgação das anotações feitas em oito cadernos que, de acordo com a investigação judicial, pertenciam a Oscar Centeno, ex-motorista de Roberto Baratta, ex-subsecretário de Coordenação e Gestão do Ministério de Planejamento. Os cadernos detalham endereços, números, datas, nomes e movimentos de funcionários do governo e empresários. As pessoas envolvidas se reuniam com regularidade para entregar ou receber bolsas cheias de milhões dólares. O dinheiro era proveniente de subornos em contratos públicos nos setores de construção e energia. As anotações de Centeno foram divulgadas pelo jornal La Nación.

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