Um trecho de um viaduto na rodovia A10 desabou nesta terça-feira (14) na cidade italiana de Gênova, deixando "dezenas de vítimas", com pelo menos 35 mortos - informou o governo. As autoridades temem que esse número possa ser mais alto. "Infelizmente, confirmo a morte de 35 pessoas, um balanço que corre o risco de aumentar", declarou o vice-ministro italiano de Infraestrutura, Eduardo Rixi, em entrevista na televisão. "Acompanhamos a situação minuto a minuto. Agradeço aos 200 bombeiros que estão trabalhando para salvar vidas", declarou o ministro do Interior, Matteo Salvini. No Twitter, o ministro italiano dos Transportes, Danilo Toninelli, declarou que o desabamento é "uma imensa tragédia". "Tenho uma grande apreensão de que o que aconteceu em Gênova se apresenta como uma imensa tragédia", tuitou Toninelli.
O diretor da Central de Emergências de Gênova, Francesco Bermano, disse à imprensa local que há "dezenas de vítimas". Segundo ele, várias pessoas estão sob os escombros da ponte Morandi, de cerca de 100 metros de altura, após a queda de vários veículos no vazio. O canal SkyTv relatou que, sob os escombros, há dezenas de pessoas presas em seus automóveis. "Uma cena apocalíptica", contou uma testemunha à emissora Isoradio, especializada no tráfego em autoestradas. As primeira imagens divulgadas pelos meios de comunicação mostram a ponte, sem dezenas de metros, no meio da neblina que domina a zona industrial.
A Direção Nacional dos Bombeiros de Gênova informou que a infraestrutura desabou, em grande parte, sobre vias férreas cruzadas pelo viaduto. Várias pessoas foram retiradas com vida. O número de sobreviventes ainda não foi divulgado. A zona do acidente é muito povoada e, segundo a empresa encarregada da manutenção das autoestradas, a Autostrade, o trecho que caiu estava em obras. Todos os hospitais da região foram mobilizados para receber os feridos. A televisão transmitiu a gravação do dramático momento, em que uma testemunha assiste à queda do viaduto. "Meu Deus, meu Deus, meu Deus!", exclama, horrorizado. As fortes chuvas que castigam a zona cessaram após duas horas, permitindo a participação de um número maior de socorristas e de helicópteros. "Ouvi como um trovão. Minha filha achou que fosse um terremoto. Soubemos depois que era a queda da ponte. Uma coisa terrível", contou à SkyTV uma moradora do setor.
O desabamento do viaduto também afetou a parte da fábrica Ansaldo Energia de Gênova, uma das plantas de produção de energia elétrica da Itália. A entrada da fábrica fica debaixo do viaduto, mas parece que apenas o estacionamento foi atingido. À exceção da equipe de manutenção, o estabelecimento estava vazio, às vésperas do feriado de 15 de agosto. Os serviços de Meteorologia emitiram um alerta de tempestades na Ligúria. Socorristas trabalham em meio às carcaças de carros e caminhões lançados no vazio. De acordo com os bombeiros, a ponte Morandi desabou ao meio-dia (7h de Brasília). "Os bombeiros participam, assim como as equipes de resgate com cães farejadores", anunciou o corpo de bombeiros no Twitter.
A autoestrada A10, onde aconteceu o episódio, une Gênova com Ventimiglia na fronteira francesa, em uma sucessão de pontes e túneis pela geografia acidentada do lugar. De acordo com o site ingegneri.info, essa ponte de 1.182 metros de extensão foi inaugurada em 1967 e restaurada em 2016. Foi construída entre 1963 e 1967, com uma estrutura mista, de concreto armado pré-fabricado e concreto armado comum. A Polícia não descarta que se trate de uma falha estrutural da ponte. Uma investigação foi aberta para estabelecer os responsáveis pela tragédia. A circulação foi interrompida na área, assim como o transporte ferroviário.
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