Ao reforçar o pedido para que o inquérito contra o senador José Serra (PSDB) seja encaminhado à primeira instância, a procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que há documentos obtidos na investigação que “necessitam ter o fluxo mais detalhado”. A apuração foi aberta com base na delação da Odebrecht, em relação às obras do Rodoanel. Raquel Dodge se refere a informações financeiras obtidas através de cooperação jurídica internacional, com autoridades suíças. “Memorando n° 74/2018/ALJ/SCIIPGR, com cumprimento parcial das informações requeridas às autoridades Suíças. Há informações financeiras, que necessitam ter o fluxo mais detalhado, até do ano de 2014”, especifica a procuradora. Na manifestação, a procuradora não detalha se os documentos implicam Serra, e ainda afirma que o envio das informações pelas autoridades suíças “abre espaço para a investigação avançar em relação a outros indivíduos que não possuem foro por prerrogativa de função”.Raquel Dodge ainda acentua que, “para comprovar a atualidade das diligências”, o memorando mais recente é de 31 de julho. “Por certo, a investigação deve avançar em relação a eles (suspeitos que não têm foro), ainda que não tenha relação com José Serra, cabendo notar que as várias movimentações, inclusive entre as pessoas jurídicas noticiadas ainda exigirá análise e, muito provavelmente, ampliação das quebras, a abarcar outros países, v.g, Bahamas, Ilhas Virgens Britânicas e Canadá”, completa Raquel Dodge.
No inquérito, Serra é investigado por suposto recebimento de propina nas obras do Rodoanel, com base em delação de sete ex-executivos da empreiteira. “Conforme o Ministério Público, relatam os colaboradores a ocorrência de ajuste de mercado entre as empresas Andrade Gutierrez, Galvão Engenharia, Camargo Correa, Serveng Civilsan, OAS, Mendes Junior, Queiroz Galvão, CR Almeida, Constran e Odebrecht objetivando frustrar o caráter competitivo de processo licitatório associado à construção do Rodoanel Sul, no Estado de São Paulo”, afirmou o ministro Edson Fachin ao abrir o inquérito no ano passado. Atualmente, a apuração é relatada pelo ministro Gilmar Mendes.
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