Com a alta do preço do petróleo, a Petrobrás registrou um lucro de R$ 10 bilhões entre abril e junho – o maior desde o segundo trimestre de 2011. Embora o resultado tenha superado as projeções mais otimistas do mercado, a petroleira ainda convive com um endividamento de R$ 284 bilhões que a obriga a manter o aperto financeiro. Para reduzir a dívida, a diretoria aposta na manutenção da política de reajuste diário dos preços dos combustíveis e na venda de ativos. “A gente espera que a trajetória de recuperação continue”, disse o presidente da companhia, Ivan Monteiro, que nesta semana completou dois meses na presidência da petroleira, no lugar de Pedro Parente. Uma das principais metas da companhia é baixar o endividamento para duas vezes e meia o valor da geração de caixa. Hoje essa relação está em 3,23 vezes. Ao longo do segundo trimestre, a Petrobrás conseguiu melhorar o perfil de sua dívida, reduzindo as taxas de juros e ampliando prazos de pagamento. Nos últimos três anos, o endividamento líquido encolheu 42% frente aos R$ 493 bilhões do período mais crítico, no fim de 2015. Segundo o diretor Financeiro, Rafael Grisolia, hoje a posição de caixa da estatal cobre os principais vencimentos até 2021 e os esforços de negociação, a partir de agora, estão nos créditos com prazo a partir de 2022.
O lucro bilionário foi motivado, principalmente, pela valorização do barril do petróleo, que em Londres passou de US$ 67,00 para US$ 74,00 do primeiro para o segundo trimestre. Com isso, as margens de exportação da commodity e de venda de derivados subiram. A empresa ainda expandiu sua participação no mercado de gasolina e diesel, tomando espaço antes ocupado por importadores. A companhia também cortou custos e investiu no crescimento da produção de petróleo na região do pré-sal. Assim, conseguiu reduzir a distância que mantinha das concorrentes multinacionais. O lucro do segundo trimestre elevou a Petrobrás à quarta posição em um ranking de resultados financeiros de petroleiras elaborado pela consultoria Economática. A estatal está a US$ 3,4 bilhões da Shell, primeira colocada, e a apenas US$ 187 milhões da britânica BP.
O Goldman Sachs ressaltou a melhora de resultado do segmento de exploração e produção como reflexo da alta do petróleo. A avaliação positiva do mercado fez com que as ações preferenciais subissem 2,43% e as ordinárias, 3,48%. O valor de mercado alcançou a marca de R$ 291 bilhões, melhor desempenho desde o dia 23 de maio, dois dias após o início da greve dos caminhoneiros, quando a empresa valia R$ 332 bilhões.
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