A Pré-sal Petróleo SA (PPSA) decidiu colocar um volume maior de petróleo da União à venda em leilão agendado para o dia 31 de agosto, estendendo o tempo do contrato de 12 para 36 meses. É a segunda tentativa de vender contratos de petróleo do pré-sal que pertencem à União. Na primeira, em maio, apenas a anglo-holandesa Shell demonstrou interesse. No dia da oferta, porém, a empresa não fez propostas. A PPSA é responsável pela venda de volumes de petróleo aos quais a União tem direito em campos do pré-sal, de acordo com a lei que alterou as regras do setor, sancionada pelo então presidente Lula em 2010. A princípio a empresa pretendia leiloar três lotes com um volume total de cerca de três milhões de barris, em contrato de 12 meses. Em edital publicado nesta quinta-feira (2), amplia o volume para 14,4 milhões de barris, que poderão ser retirados em 36 meses. Outra mudança já havia sido anunciada: a possibilidade de compra de lotes com deságio sobre o preço de referência, caso não haja propostas com ágio. Segundo o edital, porém, a compra com deságio só valerá para contratos de 12 meses. "O prazo de 36 meses facilita a contratação de serviços logísticos e a comercialização, a longo prazo, do petróleo adquirido no leilão", disse, em nota, o presidente da estatal, Ibsen Flores.
Em entrevista em julho, o executivo disse que questões logísticas restringem o número de interessados e podem ter resultado no fracasso do primeiro leilão. Por razões de segurança, a retirada do óleo das plataformas é feita apenas por navios com tecnologia de posicionamento dinâmico, que mantém suas posições com auxílio de GPS. No Brasil, apenas os parceiros da Petrobras no pré-sal operam navios do tipo. Com eles, tiram o óleo da plataforma e o transferem para grandes petroleiros, que transportam a produção para o Exterior.
A PPSA foi criada pela lei que alterou as regras para o pré-sal, de 2010, garantindo à União parte da produção dos novos contratos. Sua função é representar o governo nos consórcios e vender sua parcela no óleo produzido. Até agora, realizou três operações de venda de petróleo, em negociação direta com a Petrobras, envolvendo 1,25 milhão de barris. Em junho fechou também com a estatal contrato para a venda de 230 mil metros cúbicos por dia de gás de Lula e Sapinhoá. Em seu relatório de atividades de 2016, a empresa afirmou que a União já tinha direito, no fim do ano, a 11,6 milhões de barris dos campos do pré-sal. O relatório de 2017 ainda não foi publicado.
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