
Dez meses depois do anúncio do acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), será assinado nesta segunda-feira contrato entre a Eletrosul, Shanghai Electric e um novo parceiro, a Zhejiang Energy, para implantação e operação de empreendimentos de transmissão de energia elétrica no Rio Grande do Sul. O pacote de projetos representa investimento de R$ 3,9 bilhões, dizem fontes oficiais, mas é melhor desconfiar. No papel, serão instalados 1,9 mil quilômetros de linhas de transmissão novas no Rio Grande do Sul, oito novas subestações e 14 subestações passarão por ampliação. A Zhejiang é uma empresa de geração e transmissão de energia de Hangzhou. O contrato finalmente destrava as obras do famigerado Lote A. A Eletrosul havia vencido um leilão para a realização da obra, mas com as finanças em crise, não conseguiu avançar. O acordo anunciado em outubro de 2017 transfere para a chinesa Shanghai Eletric Power a responsabilidade pela execução. O Lote A é um importante conjunto de reforço ao sistema de transmissão de energia no sul do País que inclui linhas e subestações. O acerto original previa prazo de até 48 meses para a conclusão das obras, mas inclui uma espécie de prêmio se a empresa concluir antes de 36 meses.
A paralisação nos trabalhos provocou obstáculos para empreendimentos de geração de energia no Rio Grande do Sul. Conforme avaliação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão que responde pela administração do conjunto de usinas e linhas, o Estado não tem condições de receber mais geração de energia por falta de conexão com a rede de transmissão. Em tese, esse pacote de obras será entregue até 2022. A participação da Eletrosul na Sociedade de Propósito Específico (SPE) estará limitada à proporção do aporte de recursos já feito pela empresa. A participação da estatal foi uma condição imposta pelos chineses para se responsabilizar pela obra, devido à expertise desenvolvida ao longo dos anos.
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