Assine Vitor Vieira Jornalismo

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Fepam suspende as atividades da lixeira Utresa, em Estância Velha


A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) suspendeu as atividades da Usina de Tratamento de Resíduos (Utresa), em Estância Velha, no Vale do Rio dos Sinos. Segundo o órgão, a célula na a famigerada empresa lixeira operava estava sobrecarregada, o que gerava risco de contaminação do solo e da água no local. A Utresa recebe lixo proveniente das atividades industriais. A decisão dos técnicos do Serviço de Licenciamento e Monitoramento das Indústrias é preventiva, conforme a engenheira química Vanessa dos Santos Rodrigues. Não foi constatado nenhum vazamento na região. Mesmo assim, a empresa será autuada por descumprimento da Licença de Operação concedida pela Fepam. As atividades vão ficar suspensas até que a empresa lixeira atualize sua licença de operação, com a inclusão de um novo local para recebimento dos resíduos, atendendo a todas as exigências da Fepam. A empresa informou que está sendo providenciada uma nova célula, para entrar em operação em breve, e que por isso não haverá recursos. A Utresa diz que pretende voltar a receber resíduos industriais em 10 dias. A projeção é do administrador da empresa, Ênio Daniel: "A suspensão das atividades é algo que nós faríamos. Mas a Fepam veio na quarta-feira e suspendeu. Estamos com a vala em fase final de uso. E temos uma outra em fase final de construção. Só não está construída devido ao mau tempo de julho". 

Após a conclusão da obra, a Fepam ainda precisa fazer vistoria para liberar o local. Nesse período, outras empresas do ramo receberão resíduos industriais. Em 2006, a Utresa foi apontada como responsável pela mortandade de quase 200 toneladas de peixes no Rio dos Sinos. Videversus fez um pedido de informações para a Fepam, com cópias, dos processos da Utresa, e recebeu uma rotunda negativa. É dessa forma, sem transparência, que o governo do muito incompetente peemedebista José Ivo Sartori trata da administração pública, sem transparência. A Fepam faz joguinho de cena com a questão da vala (célula) atualmente utilizada pela lixeira Utresa para depositar os lixos industriais que recebe de seus clientes (essa é uma relação estranha, porque o regime da Utresa é de uma Oscip - organização da sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos). O grande problema da Utresa foi e continua sendo a famigerada vala 7, uma montanha monstruosa de lixo, sobre a qual pesam os as mais pesadas suspeitas. Na foto abaixo você vê a cabeceira norte da Vala 7 desbarrancada, anos atrás, devido a uma chuva forte. Com o desbarrancamento ficou visível a composição da base da vala 7, uma montanha de mais de 50 metros de altura. A base é composta por cerca de 240 mil tonéis, cujo conteúdo é ignorado. Depoimentos na Polícia Civil de antigos funcionários informaram que o conteúdo dos tonéis é o mais do que famigerado óleo ascarel, um produto altamente cancerígeno, cujo uso já foi banido no mundo inteiro. Foi feita uma representação no Ministério Público Federal para investigar esta situação, mas não há informações sobre esse desdobramento. Veja a foto e se espante.

Nenhum comentário: