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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Ditadura da Venezuela ordena aos bancos que adotem a criptmoeda com lastro no petróleo como unidade de conta

O governo da Venezuela ordenou nesta segunda-feira (27) que os bancos adotem o petro como "unidade de conta". O petro é a criptomoeda lançada pelo ditador comuno-bolivariano Nicolás Maduro em busca de financiamento. Os bancos públicos e privados deverão agora refletir toda informação financeira em bolívares e petros, segundo a resolução da Superintendência das Instituições do Setor Bancário (Sudeban). Para isso, as entidades terão que adequar suas plataformas tecnológicas. A medida faz parte de um plano lançado pelo ditador genocida Nicolas Maduro para enfrentar a grave crise, refletida em cinco anos de recessão e uma inflação projetada pelo FMI em 1.000.000% (um milhão) para 2018. Além de cortar cinco zeros do bolívar, o programa contempla a "ancoragem" da moeda ao petro, criptoativo que o governo dá um valor equivalente ao do barril de petróleo (cerca de 60 dólares). Economistas como Jean Paul Leidenz asseguram que com essa medida o governo socialista tenta imitar o 'Plano Real', implementado no Brasil na década de 1990, quando o real substituiu o cruzeiro, corroído pela hiperinflação. Desse modo, o petro poderá deixar de ser formalmente uma criptomoeda para converter-se em uma "referência nominal" diante da desconfiança em torno do bolívar, disse Leidenz.

Com o 'Plano Real', os preços eram marcados em cruzeiros e reais (esses últimos se ajustavam segundo a inflação), mas "somente se transacionava em reais", lembra o especialista. O cruzeiro foi substituído pelo real. No entanto, o governo venezuelano não planeja substituir o bolívar. Embora Maduro garanta ter recebido ofertas de 5 bilhões de dólares quando iniciou a pré-venda do petro há cinco meses, a criptomoeda não é vendida em casas de câmbio virtuais. Tampouco registra transações, que no caso das criptomoedas são públicas. Leidenz adverte que a ancoragem enfrenta dois desafios: o financiamento monetário do déficit (20% do PIB) e as restrições de financiamento diante do default parcial da Venezuela e as sanções dos Estados Unidos.

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