A Polícia Federal indiciou 12 alvos da investigação que mira desvios de R$ 600 milhões das obras do Rodoanel – Norte. Na lista estão o ex-presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço – ex-secretário do Governo Alckmin (PSDB) e preso pela Operação Pedra no Caminho desde junho – e ex-dirigentes da estatal paulista. A Polícia Federal atribui a Laurence Casagrande Lourenço os crimes de fraude à licitação, falsidade ideológica e associação criminosa. O despacho de indiciamento, de 5 de julho, é subscrito pelo delegado João Luiz Moraes Rosa. O inquérito foi entregue na sexta-feira, 20. As obras do Rodoanel foram divididas em seis lotes. A construção teve início em 2013 e ainda está em andamento. Investigação do Tribunal de Contas da União e do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União identificou irregularidades e superfaturamento de centenas de milhões de reais, por meio da celebração de aditivos contratuais desnecessários, visando à apropriação indevida de recursos públicos em prejuízo da União, do Estado de São Paulo e do BID.
As obras tiveram recursos da União, do Governo do Estado de São Paulo e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e foram fiscalizadas pela Dersa, estatal responsável por obras rodoviárias de São Paulo. De acordo com os investigadores, para maquiar o sobrepreço adotou-se o "jogo de planilhas", método comum em fraudes a licitações em que os itens são contratados de forma global. O licitante oferece preço acima do mercado para alguns itens e abaixo da referência para outros para colocar-se artificialmente como menor preço global.
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