A redução no número de entregas de aeronaves e aumento dos custos com o desenvolvimento do cargueiro militar KC-390 derrubaram os resultados da Embraer no segundo trimestre deste ano. Excluindo impostos, contribuições sociais e itens especiais, o lucro líquido ajustado foi de R$ 2,3 milhões, ante lucro de R$ 409,4 milhões no segundo trimestre do ano passado, informou a fabricante de aeronaves brasileira nesta terça-feira (31). Já o resultado atribuído aos acionistas ficou negativo. A fabricante de aviões ainda registrou prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 467,0 milhões no período. No mesmo trimestre do ano passado, houve lucro atribuído aos acionistas de R$ 200,9 milhões. O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) despencou 83%, para R$ 140,4 milhões, incluindo o impacto negativo, não recorrente, de R$ 458,7 milhões referente à revisão da base de custos do contrato de desenvolvimento do KC-390, em decorrência do incidente com o protótipo ocorrido em maio. Naquele mês, o protótipo 001 sofreu danos extensos em seus três trens de pouso após ter saído da pista durante um teste em solo ocorrido no dia 5 na unidade de Gavião Peixoto (interior paulista).
No segundo trimestre, a Embraer entregou 28 aeronaves comerciais e 20 executivas, ante entregas totais de 59 aeronaves no segundo trimestre do ano passado. Apesar do recuo, a Embraer mantém a previsão de entregar de 85 a 95 jatos comerciais e 105 a 125 jatos executivos no ano. "A companhia reafirma todas as suas estimativas financeiras e de entregas para 2018, que não incluem o impacto não recorrente da revisão de base de custos do KC-390, ocorrida no segundo trimestre", disse a Embraer em nota de divulgação do resultado.
A receita líquida da Embraer recuou 20%, para R$ 4,533 bilhões, devido ao menor número de entregas nos segmentos de aviação comercial e executiva e à queda de 90% na receita do segmento de defesa e segurança por conta do incidente com o KC-390. A margem Ebitda despencou para 3,1% no segundo trimestre, ante 14,6% um ano antes.
A Embraer fechou um acordo com a norte-americana Boeing em julho para a formação de uma joint venture de US$ 4,75 bilhões (R$ 17,8 bilhões) da área de aviação comercial. A Boeing assumirá o controle da divisão de aviação comercial, a maior geradora de receita da empresa brasileira, com participação de 80% da joint venture. O segmento de Aviação Comercial respondeu por 60,5% da receita líquida total da Embraer, ante 52,8% um ano antes, enquanto a participação do segmento de Defesa & Segurança recuou para 2,2%, ante 17,1% em 2017, em função da queda da receita no período.
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