A BRF anunciou nesta sexta-feira, 29, que seu conselho de administração aprovou o plano de reestruturação operacional e financeira da companhia, tendo como objetivo melhorar sua estrutura de capital, por meio da redução de sua alavancagem. O ponto de partida é a decisão de focar as suas operações no mercado doméstico brasileiro, na Ásia e no mercado muçulmano, neste último caso atendido por unidades exclusivas, que incluem os ativos de Banvit, na Turquia. "São mercados onde a companhia está entre as posições de liderança e tem fortes vantagens competitivas", afirma a empresa. Está previsto ainda a venda de unidades operacionais na Europa, Tailândia e Argentina. "Importante ressaltar que a venda desses ativos não exclui a exportação para esses mercados", diz a BRF, em fato relevante. O plano também abrange a venda de ativos imobiliários e não operacionais, e de participações minoritárias em empresas. Uma outra iniciativa é a realização de operação de securitização de recebíveis.
A previsão é arrecadar cerca de R$ 5 bilhões, fazendo com que a razão entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) fique em torno de 4,35x em dezembro de 2018, já considerando a recente alta do dólar e os impactos referentes às restrições parciais de exportação para o mercado externo, e abaixo de 3,00x em dezembro 2019. A empresa destaca que o plano aprovado pelo conselho de administração não contempla a emissão de novas ações. "O reforço no caixa decorrerá, também, de uma melhor gestão de estoques de matéria-prima (congelados) e de produto acabado. Neste sentido terá continuidade o plano de reestruturação fabril, que tem como principal objetivo a readequação da estrutura produtiva à demanda de mercado. Em andamento desde março deste ano, a iniciativa incluiu readequação nas linhas de produção, férias coletivas e a redução de cerca de 5% do quadro de funcionários nas operações fabris no Brasil".
Conforme a empresa, ao longo dos próximos 60 dias, os ajustes finais serão implementados em 22 das 35 unidades fabris no País. "Com o objetivo de minimizar os impactos dessas reduções nas comunidades locais, a companhia adotou medidas como o aproveitamento do turnover voluntário das plantas e a realocação das equipes." Redução de vice-presidências. Os esforços para otimização de custo e ampliação da rentabilidade também incluem a simplificação da estrutura organizacional com redução do número de vice-presidências de 14 para 10, divididas em três grandes áreas. Serão três vice-presidências, com foco em mercados: Brasil, Halal e Internacional. Na frente operacional, serão também três vice-presidências: Operações, Planejamento Operacional (S&OP) e Qualidade; e quatro vice-presidências corporativas: Finanças e Relações com Investidores, Planejamento Estratégico e Gestão, Recursos Humanos e Serviços Compartilhados, e Institucional e Compliance.
"Esse conjunto de medidas é pré-condição necessária para a formulação do planejamento estratégico da companhia, que será aprovado até o final do próximo mês de agosto, cujo objetivo principal será o estabelecimento de estratégia de crescimento sustentável, a ser implementada com disciplina e excelência em todos os campos em que a BRF atua", destaca a empresa. A BRF salienta ainda que seu sistema de gestão será totalmente reformulado, com o uso de "ferramentas consagradas, como a gestão por diretrizes e acompanhamento mensal dos resultados em todos os níveis com o uso da metodologia conhecida como PDCA".
Nenhum comentário:
Postar um comentário