O ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência do PSDB, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira, 24, que ainda não foi notificado sobre a convocação para depor feita pelo Ministério Público do Estado no inquérito civil que investiga R$ 10,3 milhões da Odebrecht nas campanhas de 2010 e 2014. O inquérito, que corre sob sigilo de Justiça, foi aberto com base nas delações da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato. A data foi marcada para o próximo dia 15, último dia de inscrição das chapas na Justiça eleitoral. "Não fui notificado, não tive nenhuma informação sobre isso, mas prestarei todas as informações", disse Alckmin, acrescentando também entender que a notícia "não atrapalha" a campanha em andamento. Esta é a primeira vez que o pré-candidato do PSDB à Presidência é chamado a depor em São Paulo sobre as delações da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato. Alckmin já prestou depoimento por escrito sobre o mesmo fato em outro inquérito que tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e foi remetido para a Justiça Eleitoral paulista em abril, depois que ele renunciou ao governo para disputar a eleição e perdeu o foro privilegiado.
O inquérito civil em São Paulo foi instaurado no dia 20 de abril pela Promotoria do Patrimônio Público. Além de Alckmin, são alvo da investigação Adhemar César Ribeiro, cunhado do tucano, e o ex-secretário e ex-tesoureiro da campanha de Alckmin em 2014, Marcos Monteiro. Segundo dois delatores da Odebrecht, Ribeiro e Monteiro foram os responsáveis por receber os pagamentos durante as campanhas de 2010 e 2014, quando o tucano se elegeu e reelegeu governador do Estado. O tucano afirmou também que haverá espaço para os partidos do Centrão na coordenação da campanha e na elaboração do programa de governo. Alckmin disse que o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, continua na coordenação de campanha, mas que ela será feita de forma colegiada: "Outros partidos vão participar do conselho político, do programa de governo, das propostas, na campanha, do governo". Ou seja, é o velho toma-lá-dá-cá que continua na prática.
Apesar de confirmada nos bastidores a negativa do empresário Josué Gomes de ser vice na chapa de Alckmin, o tucano não quis confirmar em público o teor da conversa. "Vice é construção coletiva, gostei quando me indicaram o nome de Josué. Se for ele o nome, ótimo. Se não for, vamos buscar outro", disse o ex-governador, após participar de encontro promovido pela Amcham em São Paulo: "Josué já está na nossa campanha, se vai ser vice ou não, vamos ver".
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