Law Kin Chong, apontado como um dos maiores contrabandistas do Brasil pela Polícia Federal, teria realizado três repasses por meio de empresa controlada por ele para uma firma de ex-diretor de Engenharia da Desenvolvimento Rodoviário S.A, responsável pelas obras do Rodoanel em São Paulo. Os investigadores da Operação Pedra no Caminho mapearam três depósitos bancários de uma empresa de Law Kin Chong, considerado pela Polícia Federal como um dos maiores contrabandistas do Brasil, para uma firma ligada ao ex-diretor de Engenharia da Dersa, Pedro da Silva. As transações se deram entre o Grupo Paulista de Investimentos, de Chong, e as empresas Star Bar e SCJ Agropecuária, segundo a Polícia Federal, ligadas a Pedro da Silva. As operações se deram entre junho de 2013 e janeiro de 2014 e somam R$ 571 mil. A informação sobre recursos do ‘rei do contrabando’ supostamente destinados ao ex-diretor da Dersa consta de relatório da Polícia Federal que deu base para deflagração da Operação Pedra no Caminho – investigação que mira supostos desvios milionários das obras do Trecho Norte do Rodoanel. A Justiça Federal em São Paulo decretou a prisão de 15 investigados, entre eles Laurence Casagrande, ex-diretor-presidente da Dersa e ex-secretário de Logística e Transportes do governo Alckmin (PSDB).
Segundo a Polícia Federal, o diretor da ex-diretor da Dersa integra o núcleo administrativo da suposta organização criminosa que teria por meio de fraudes em aditivos contratuais superfaturado em R$ 131 milhões as obras do trecho norte do Rodoanel. A obra foi licitada e executada pelo governo de São Paulo durante a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Para o delegado do caso João Luiz Moraes Rosa, os repasses representam ‘graves indícios do recebimento de valores com origem ilícita, possivelmente vantagens indevidas’. Pedro Silva substituiu Paulo Vieira de Sousa, outro ex-diretor de Engenharia da Dersa que foi preso por causa de outras supostas irregularidades também em obras do Rodoanel. “Assim, a pouco conservadora movimentação bancária de Pedro da Silva e de suas empresas está a indicar o recebimento de vultosas quantias em espécie, tendo como depositantes indivíduos que, em tese, não têm condições econômico-financeiras para tanto. Trata-se, dessa forma, de graves indícios do recebimento de valores com origem ilícita, possivelmente vantagens indevidas, circunstância a ser melhor perquirida por ocasião do cumprimento das medidas cautelares ao final pleiteadas, caso sejam deferidas”, diz a representação da Polícia Federal.
Low Kin Chong, por sua vez, é um velho conhecido das autoridades de São Paulo devido a sua atuação como contrabandista e fornecedor de mercadorias para comerciantes da 25 de Março, tradicional centro comercial de produtos importados. “Law Kin Chong já foi considerado um dos maiores contrabandistas do Brasil, preso em novembro de 2007 pela Polícia Federal, provável dono de boxes no popularmente conhecido Shopping 25 de Março, nesta cidade de São Paulo, bem como de diversos imóveis em São Paulo, segundo amplamente divulgado na imprensa”, afirma a Polícia Federal em sua representação que deflagrou a Pedra no Caminho. A operação teve início em inquérito policial foi instaurado em 2016, segundo a Polícia Federal, após um ex-funcionário de uma empresa que atuou nas obras apresentar informações acerca de possíveis manipulações em termos aditivos do trecho Norte da obra do Rodoanel.
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