O banco central da Turquia elevou sua taxa de juros referencial em 1,25 ponto percentual, para 17,75%, nesta quinta-feira (7), dando mais um passo para afirmar sua independência semanas depois de uma alta emergencial nos custos de empréstimo. Preocupações sobre a crescente influência do presidente Tayyip Erdogan na política monetária e dúvidas sobre a capacidade do banco central de conter a inflação de dois dígitos fizeram com que a lira despencasse cerca de 16% neste ano. A lira firmou-se em 4,4516 contra o dólar após a decisão, de 4,5799 antes do anúncio do banco central. Outros emergentes, como Argentina e Índia, também têm ido na direção de juros mais altos para tentar conter pressões do câmbio sobre a inflação, além da saída de capitais. No Brasil, começam a surgir especulações no mercado se o Banco Central pode subir a Selic (taxa básica de juros) já neste ano. Por enquanto, a aposta dos economistas para a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em 20 de junho, continua sendo para a manutenção da taxa em 6,5% ao ano. "Na nossa opinião, elevar os juros em 1,25 ponto percentual é um forte sinal 'hawkish' de que o banco central é totalmente comprometido em retomar o controle sobre a inflação ao tentar estabilizar a lira", disse Piotr Matys, estrategista de câmbio de mercados emergentes do Rabobank. Com isso, o banco elevou os juros em 4,25 pontos percentuais em pouco mais de duas semanas, após alta de 3 pontos em reunião de emergência na semana passada. Em um esforço para elevar a transparência, também voltou a adotar uma única taxa de juros.
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