O Ministério Público do Estado de São Paulo anunciou nesta terça-feira, 19, ter obtido provas de que a empreiteira baiana muito corrupta Odebrecht e mais 11 empreiteiras formaram um cartel para fraudar sete licitações de obras viárias na cidade de São Paulo no valor de R$ 4 bilhões. Os contratos foram assinados entre 2008 e 2011, na gestão do ex-prefeito da capital e hoje ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD).
Segundo a Promotoria, o esquema foi coordenado pelo engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa (2007-2010), e também contou com a participação do ex-secretário municipal de Infraestrutura e braço direito de Kassab no ministério, Elton Santa Fé Zacarias. Ambos teriam cobrado 5% de propina sobre o valor dos contratos – Zacarias ainda teria recebido R$ 200 mil em dinheiro da Odebrecht em 2011. De acordo com o promotor Silvio Marques, as provas foram obtidas mediante um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com a Odebrecht em abril. Quatro executivos da empresa, entre eles o ex-diretor Benedicto Junior, confirmaram o esquema em novos depoimentos prestados aos investigadores em São Paulo.
O valor corresponde a 25% dos R$ 28 milhões que a empresa recebeu na obra do túnel Roberto Marinho, contrato obtido mediante acerto do cartel, segundo o Ministério Público paulista, mas que foi suspenso pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT), sucessor de Kassab. “Este valor (R$ 7 milhões) é simbólico. O mais importante é que a Odebrecht confirmou e entregou provas sobre a participação das demais empresas no cartel. Esperamos agora que as outras empresas nos prcurem para assinar novos acordos, caso contrário serão alvo de ação na Justiça”, afirmou Marques. A corrupta Andrade Gutierrez já negocia um acordo com o Ministério Público.
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