sexta-feira, 18 de maio de 2018

Fernando Henrique Cardoso defende união de partidos de centro e diz que movimento "não é centrão"



Ao defender a união do que chama de "centro democrático e reformista", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta quinta-feira, 17, que é importante "não confundir o centro com centrão". Fernando Henrique é um dos patrocinadores de um manifesto a ser lançado no fim de maio, que destaca a necessidade de unir um "centro democrático" nas eleições, encabeçado por lideranças de PSDB, DEM, MDB e PTB. "Acho que precisa haver um esforço", disse Fernando Henrique Cardoso. O que ele está propondo é mais uma empulhação. O que ele está propondo é uma tentativa para reaglutinar todas as forças políticas retrógradas, corruptas, bandidas, eternas apropriadoras de recursos públicos, em torno da candidatura do tucano Geraldo Alckmin. O "centro democrático e reformista" de Fernando Henrique Cardoso é uma reedição, sim, do "centrão" corporativista e extrativista do estado nacional. E não é reformista coisa nenhuma. Ele fala em "reformismo" para se opor ao "revolucionarismo" da esquerda, capitaneada pelo petismo e organizações marxistas, e à "direita", como se toda esquerda fosse anti-democrática, não tivesse compromisso com a democracia. Fernando Henrique Cardoso é uma farsa, um grande escamoteador da realidade política brasileira. 

"Se você diluir o centro no centrão, não corresponde com o desejo de reforçar o pensamento democrático, prestar atenção nas desigualdades, combate à corrupção e visão de futuro, o Brasil integrado na economia global, isso que eu acho uma visão que precisa ser renovada no centro". Como centrão, o tucano explicou que se refere a pessoas com interesses fisiológicos no "dá cá toma lá" de partidos e governo. "O povo não quer saber de dá cá toma lá, o povo quer saber da vida concreta dele. Esse centro democrático progressista tem que olhar para os interesses do povo, e não o interesse dos políticos, que nós estamos cansados de ver que não dá certo". Como se trata de Fernando Henrique Cardoso, é preciso dizer que tudo que ele fala, atualmente, não passa mesmo daquilo que, anos atrás, ele classificou de "trololó". Fernando Henrique Cardoso é doutor honoris causa em trololó. O ex-presidente deu um recado ao seu partido falando que é preciso unir o centro nas eleições, mas que misturar o chamado "centrão" na aliança pode ter um custo caro perante o eleitorado. Questionado se Geraldo Alckmin (PSDB) está confundindo o centro com centrão, FHC disse que o presidenciável tem sido prudente. "O Alckmin tem tido bastante prudência nessa matéria. Não tem nem dado passos além da perna", citou. Destacando que o ex-governador paulista é experiente, Fernando Henrique citou uma "receita" para Alckmin na campanha. "Ele sabe que tem que jogar para o longo prazo, e sabe também que há o momento, que é o atual, que tem de ver com que aliança ele vai se propor. E, depois no momento decisivo que é a campanha, apresentar 'o que eu vou dizer ao País"'.

Após conversar com o presidente Michel Temer, Fernando Henrique considera difícil uma aliança do PSDB com o MDB no primeiro turno das eleições. O tucano afirma que, "provavelmente", o MDB terá candidato próprio e que, se não tiver, vai se concentrar nas eleições estaduais. Maior do que o obstáculo de ser vinculado à imagem do governo Temer, disse FHC, são os "choques" entre as duas legendas nos palanques estaduais. "É difícil, os problemas são objetivos, muito mais que subjetivos", declarou, destacando que a decisão por uma aliança caberá a Alckmin. Esses velhos políticos tradicionais, essa oligarquia e gerontocracia que se apossou do poder no Brasil, parece definitivamente não mais ver o Brasil real. Essa gente precisa ser removida da cena política nacional. Isso é que é mudança. 

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