quinta-feira, 26 de abril de 2018

SLU divulga contratação emergencial de empresa de lixo para 180 dias em Brasília


A novela dos contratos de coleta de lixo no Distrito Federal teve mais um capítulo divulgado no último dia 18/4. Depois de publicizar abertura de pregão eletrônico para firmar contrato de prestação de serviço na área pelos próximos cinco anos, o Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU) divulgou, no Diário Oficial do Distrito Federal, mais um contrato emergencial. A Sustentare venceu o processo de escolha para execução de serviços de limpeza urbana como coleta, remoção e transporte de resíduos sólidos domiciliares; limpeza de vias e logradouros públicos, entre outros. Com a decisão, a Sustentare se mantém como a prestadora dos serviços para o Governo do Distrito Federal pelo menos por mais 180 dias corridos. Supostamente, esse é o prazo suficiente para a finalização do procedimento licitatório regular. O contrato emergencial, realizado por meio de dispensa de licitação, é de R$ 80,4 milhões para a realização do trabalho pelos próximos seis meses. Mais uma vez, a empresa Cavo, do grupo megalixeiro Estre, ficou em segundo lugar. Essa Cavo, assim como a Estre e o consórcio Soma (do qual ela faz parte) foram alvos da Operação Descarte, da Polícia Federal, que aponta a empresa como responsável por uma fraude de 250 milhões de reais na prefeitura de São Paulo. De acordo com a assessoria de imprensa do SLU, foram encaminhados pedidos de proposta, mediante correspondências eletrônicas, a 46 empresas do ramo. No entanto, apenas a Cavo e a Sustentare responderam as solicitações enviadas pela autarquia. Ou seja, foram devidamente alertadas pelas entidades mafiosas do setor, um imenso cartel, para não se meterem, que a área já estava devidamente balizada.


A Sustentare afirmou que este processo foi diferente do realizado em outubro de 2017. Na ocasião, o SLU havia trabalhado com valores estimados e sem uma base comum de parâmetros para as empresas concorrentes. Com isso, o preço do edital chegou a R$ 19 milhões. A Sustentare, que atuou no contrato emergencial anterior, nunca chegou a praticar esse preço. Desta vez, o parâmetro foi o mesmo para todos, o que fez a base mensal cair para R$ 14,3 milhões. Nesta nova concorrência, ao contrário dos questionamentos anteriores ainda em processo na Justiça, o valor da Sustentare foi R$ 800 mil menor do que o da Cavo, do Grupo Estre, que é investigado na Operação Lava Jato, assim como seu ex-proprietário e ainda sócio, o megalixeiro Wilson Quintella Filho. A diferença mensal de uma proposta para a outra é de R$ 5 milhões no semestre. Além disso, para adequar o certame emergencial às solicitações do Tribunal de Contas do Distrito Federal, o SLU separou os serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos domésticos da concorrência para a operação e manutenção de usina de compostagem. Além dos serviços de limpeza urbana, coleta, remoção e transporte de resíduos sólidos domiciliares, a Sustentare venceu a concorrência, também com dispensa de licitação e em caráter emergencial, para prestação de serviços de operação e manutenção da Usina de Tratamento Mecânico Biológico da Asa Sul (UTMB – Asa Sul). O valor semestral total estimado é de R$ 2,7 milhões. “A Sustentare venceu o Lote 1 da concorrência que, neste contrato emergencial, foi subdivido em coleta e operação e manutenção das usinas de compostagem do Distrito Federal. Na prática, o serviço é o mesmo já prestado atualmente – e ao longo dos últimos cinco anos – pela empresa”, afirmou a companhia. O processo de escolha da empresa para prestar os serviços de coleta e transporte de lixo para o SLU estava suspenso desde 2017. O Tribunal de Contas do Distrito Federal parou a licitação a fim de exigir alterações no edital referentes à comprovação da capacidade técnica das concorrentes. Após as mudanças serem realizadas, o pregão eletrônico foi publicado na terça-feira (17). As propostas já começaram a ser encaminhadas e devem ser abertas até 17 de maio.

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