A decisão tomada pela União Europeia de descredenciar cerca de 20 frigoríficos brasileiros autorizados a exportar carne de frango, agravou a crise no setor avícola nacional, já que os embarques registravam alternativa para escoamento do produto, apesar de não obterem resultados expressivos nos primeiros quatro meses de 2018. Em abril, as exportações da carne in natura já estão bastante enfraquecidas. Segundo dados da Secex, até a terceira semana do mês, a média diária de embarques era de 12,8 mil toneladas, a menor em 38 meses. No mercado interno, conforme análise especializada do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/ Esalq USP), a demanda está desaquecida, pressionando o valor da carne no atacado. Nesse cenário, frigoríficos reduziram abates, também pressionando as cotações do animal vivo. Além disso, os preços dos principais insumos utilizados na atividade (milho e farelo de soja) estão em alta, dificultando a situação do avicultor.
O descredenciamento da União Européia atingiu também o setor de ovos, já que os avicultores de corte passaram a descartar os ovos férteis que seriam alocados à produção de animais para abate, com o intuito de equilibrar a atual sobreoferta da proteína e de animais para abate. Segundo agentes do setor, ovos galados têm menor vida útil que os comerciais e, por isso, são ofertados a preços inferiores, aumentando a concorrência e dificultando as negociações dos ovos usualmente comercializados. Neste mês (até o dia 26), o preço do ovo tipo extra, branco, colocado na Grande São Paulo, teve média de R$ 85,96 por caixa com 30 dúzias, desvalorização de expressivos 15% frente à média do mesmo período do mês passado.
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