domingo, 29 de abril de 2018

Delator diz que Beltrame, ex-secretário de Segurança, recebia mesada-propina do esquema do ladrão peemedebista Sérgio Cabral

Beltrame, mais um membro da República de Santa Maria
O ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, teria recebido mesada de R$ 30 mil, como mostrou reportagem publicada neste domingo (29) pelo jornal O Globo. De acordo com o delator Carlos Miranda, de 2007 a 2014, os valores pagos a Beltrame teriam sido entregues à mulher dele, Rita Paes. José Mariano Beltrame foi o homem que chefiou por mais tempo a secretaria e foi citado, pela primeira vez, em uma delação premiada. Foram dez anos à frente da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro. Ele ocupou o cargo durante toda a gestão do ladrão peemedebista Sérgio Cabral e no começo do atual governo, de Luiz Fernando Pezão. Beltrame deixou o cargo em outubro de 2016. Em todos esses dez anos o aparato policial dele foi incapaz de investigar a gigantesca roubalheira que havia se instalado no Estado. O ex-secretário foi responsável pela implantação do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Estado, a maior mistificação em termos de segurança pública já aplicada no Brasil. Consistia em ocupar as favelas, sem prender um bandido traficante sequer, nem tomar as armas deles, e se ocupar da segurança para a venda tranquila de drogas. As delações contra ele foram feitas por Carlos Miranda, responsável por recolher e distribuir a propina do grupo criminoso comandado pelo ex-governador e ladrão peemedebista Sérgio Cabral. Ele era conhecido como o "homem da mala".

O delator também contou que, antes de chegar às mãos dos Beltrame, o dinheiro seria repassado ao empresário Paulo Fernando Magalhães Pinto. Em prisão domiciliar, Paulo Fernando é investigado por ser "laranja" de Sérgio Cabral. Ele também era dono do apartamento, em Ipanema, alugado pelo então secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Após a publicação da denúncia, o ex-secretário divulgou uma nota confirmando que, por dois anos, foi inquilino de Paulo Fernando, assessor do então governador e ladrão peemedebista Sérgio Cabral.  Beltrame declarou que já foi "caluniado algumas vezes", mas que, com os recibos dos aluguéis e declarações de imposto de renda, venceu todas as ações no Judiciário, com direito a indenizações reparatórias. Segundo Beltrame, esta acusação, além de "fantasiosa", não "tem pernas". Ele acrescentou ainda: "São as únicas metáforas que encontrei para substituir o já tão desgastado "absurdo".

Carlos Miranda foi preso em novembro de 2016, junto com o ex-governador Sérgio Cabral. O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, homologou a delação dele no ano passado. Nesse período, vários esquemas denunciados por Carlos Miranda, que envolvem empresários e políticos, vêm sendo revelados. Neste fim de semana, novas acusações contra o governador do Rio de Janeiro foram divulgadas. Carlos Miranda disse que Luiz Fernando Pezão recebeu uma mesada de R$ 150 mil por mês - durante os sete anos em que ocupou o cargo de vice-governador de Sérgio Cabral. De acordo com o delator, o pagamento era feito em dinheiro vivo, dentro do Palácio Guanabara, a sede do governo do Estado. Carlos Miranda afirmou ainda que, entre 2007 e 2014, Pezão recebeu dois bônus de um milhão de reais cada um. O delator contou também que quando Sérgio Cabral deixou o governo, em 2014, e o vice-governador assumiu o cargo, a ordem dos pagamentos mudou. foi Pezão quem passou a enviar propina a Sérgio Cabral. uma mesada de quatrocentos mil reais. 

O governador Luiz Fernando Pezão repudiou o que chamou de mentiras. Afirmou que jamais recebeu recursos ilícitos e que já teve sua vida amplamente investigada pela Polícia Federal. A delação de Carlos Miranda sobre Luiz Fernando Pezão já foi encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça, que tem a atribuição de julgar o governador. 

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