Na mesma sessão que julgou o recurso do bandido corrupto, lavador de dinheiro, chefe da organização criminosa petista e ex-presidente Lula, o TRF-4 aumentou na segunda-feira (26) a pena do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e manteve absolvição do jornalista Breno Altman, que dirige o site Opera Mundi. A pena de Delúbio Soares subiu de cinco para seis anos de prisão. No julgamento, foi mantida pena de cinco anos a Ronan Maria Pinto, dono do jornal Diário do Grande ABC. Segundo o Ministério Público Federal, o ex-tesoureiro solicitou empréstimo fraudulento no valor de R$ 12 milhões em favor do PT, em 2004. O financiamento, de acordo com a acusação, foi obtido no banco Schahin pelo pecuarista José Carlos Bumlai, e metade do valor foi repassada a Ronan Maria Pinto, para que ele ficasse quieto e não revelasse detalhes da morte do prefeito petista Celso Daniel, assassinado em 2002, conforme suspeita dos investigadores.
Em março do ano passado, o juiz Sergio Moro condenou Delúbio, Ronan e os operadores Enivaldo Quadrado e Luiz Carlos Casante por lavagem de dinheiro. O ex-tesoureiro nega que tenha solicitado qualquer empréstimo e disse em depoimento a Moro que, se precisasse do dinheiro, o PT faria o pedido em nome próprio. Altman, que havia sido denunciado sob a suspeita de ser um intermediário de Ronan, foi absolvido. Em rede social, o jornalista agradeceu aos advogados, mas criticou a decisão em relação aos outros réus. "Aliviado, no entanto, pouco há para se comemorar: a mesma turma, no mesmo dia, concluiu a farsa judicial contra o ex-presidente Lula e manteve a injusta condenação de meu camarada Delubio Soares", escreveu. "Minha absolvição, sob nenhum ângulo, atesta a idoneidade institucional dos setores do sistema de justiça envolvidos na Operação Lava Jato", acrescentou, dizendo que o processo contra ele "era demasiadamente frágil até para os padrões persecutórios em voga".
Na segunda-feira, a 8ª turma do TRF-4, responsável pelos processos criminais da Lava Jato, também iniciou julgamento de uma ação que, em primeira instância, condenou Bumlai e outro tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. A decisão foi interrompida porque um dos juízes, Victor Laus, pediu vista para analisar o processo. Delúbio Soares é aquele que disse que investigação das roubalheiras terminaria como se fosse piada de salão.
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