O submarino argentino desaparecido há quatro meses no Oceano Atlântico com 44 membros da tripulação, realizava não somente manobras de treinamento, mas também espionagem de navios britânicos. O chefe de Gabinete argentino, Marcos Peña, revelou que "o objetivo tático prioritário" do ARA San Juan era a localização, identificação, registro fotográfico de navios frigoríficos, logísticos, petrolíferos que "realizavam contrabando com um navio pesqueiro". Peña também especificou que a atividade de navios e aeronaves britânicas era monitorada desde as Ilhas Falklands - território insular motivo de um confronto entre Argentina e Reino Unido em 1982. O deputado opositor Guillermo Carmona comentou em seu Twitter que "as respostas de Peña sobre o ARA San Juan confirmaram versões veiculadas em jornais. "A mais reveladora é a que se refere à missão do ARA San Juan. Se trata de informação que primeiro foi ocultada e logo minimizada". Carmona também criticou o ministro de Defesa, Oscar Aguad, que negara a versão de espionagem: "Tenho a forte impressão que a negação de Aguad sobre as atividades de controle dos navios e aeronaves britânicas se devem à prioridade no governo à relação privilegiada com os britânicos em detrimento do descobrimento da verdade sobre o desaparecimento", escreveu. "A situação era tão visível que o ARA San Juan realizava ações de Iinteligência que entre os teus tripulantes se encontrava o suboficial de Inteligência da Armada Argentina, Enrique Castillo".
Alguns meses atrás, a mídia local especulou a possibilidade do submarino argentino ter sido desintegrado por um disparo de uma embarcação britânica, o que foi negado pelo governo. O submarino teve sua última comunicação nas primeiras horas do dia 15 de novembro de 2017, quando o comandante informou aos seus superiores que a embarcação apresentava princípios de incêndio em um compartimento de baterias. De acordo com a Armada Argentina, o problema foi resolvido e o submarino comunicou que iria seguir viagem até o destino final.
O desaparecimento do ARA San Juan é um caso aberto na Justiça, o que é alvo de críticas pelos familiares das vítimas. Além disso, está em curso também, uma investigação interna na Armada. O presidente argentino, Mauricio Macri, prometeu uma reforma nas Forças Armadas, o que ainda não foi cumprido.
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