O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quinta-feira (22) que imporá um total de até US$ 60 bilhões anuais em tarifas à China por afrontas à propriedade intelectual americana, um valor que ultrapassa em US$ 10 bilhões o que havia sido antecipado pela Casa Branca. Trump disse também que cobrou da China que "reduza em US$ 100 bilhões o déficit" dos Estados Unidos na balança comercial entre os dois países e que isso está sendo negociado. "Pedi à China para reduzir o déficit em US$ 100 bilhões, em torno de 25% (do total) ou talvez até mais. Temos que fazê-lo", disse Trump, ao assinar o decreto que impõe as tarifas. "Estamos conversando com a China e envolvidos em uma negociação muito grande. Vamos ver para onde nos leva. Enquanto isso, vamos tomar esta medida", acrescentou o mandatário, que não esclareceu se repensará a imposição das tarifas caso Pequim atenda as reivindicações sobre o déficit.
"Há um tremendo roubo de propriedade intelectual pela China, centenas de bilhões de dólares a cada ano", declarou Trump. Segundo o governo americano, as práticas da China prejudicam os direitos de propriedade intelectual das empresas dos Estados Unidos do setor de tecnologia, porque Pequim as força a transferir suas tecnologias a companhias chinesas como requisito para fazer negócios no seu território. Trump disse que a imposição de tarifas à China, segundo maior parceiro comercial dos Estados Unidos, farão com que seu país seja "muito mais forte e muito mais rico", e prometeu que as medidas comerciais serão recíprocas: "se nos cobrarem, cobraremos o mesmo".
O escritório do representante americano de Comércio Exterior, Robert Lighthizer, terá agora 15 dias para divulgar uma lista de produtos afetados pelas tarifas, que segundo fontes da Casa Branca podem envolver de sapatos e roupas a aparelhos de tecnologia de ponta. Após a divulgação dessa lista, haverá um período de 30 dias antes de as tarifas entrarem em vigor, segundo a Casa Branca. Além disso, Trump dará 60 dias ao Departamento do Tesouro para decidir como restringir o investimento chinês nos Estados Unidos devido às práticas de "distorção do mercado", segundo as palavras de Peter Navarro, assessor comercial do presidente americano.
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