A Caixa Econômica divulgou nesta terça-feira (27) que teve lucro líquido contábil de R$ 12,5 bilhões, resultado 202,6% superior ao registrado em 2016. Segundo o banco, é o maior da história da instituição financeira. O lucro líquido recorrente (que desconsidera efeitos extraordinários) totalizou R$ 8,6 bilhões, representando uma alta de 106,9% em 12 meses, e também superou o melhor resultado já alcançado pelo banco. O resultado gerou retorno sobre o patrimônio líquido recorrente de 12,9%, o que é um crescimento de 6,3% em 12 meses. O resultado operacional recorrente alcançou R$ 10,4 bilhões em 2017, significando um avanço de 157,1% em 12 meses, influenciado pelo crescimento da margem financeira em 14,1%, pela redução nas despesas com Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) em 4,2%, pelo avanço nas receitas com prestação de serviços em 11,5% e pelo controle das despesas administrativas e de pessoal.
O índice de inadimplência encerrou o ano com redução de 0,6% em 12 meses, alcançando 2,25%, abaixo da média de mercado, de 3,25%, influenciado, segundo a Caixa, pela estratégia de melhoria da gestão de riscos. O banco informou que é o menor índice de inadimplência dos últimos 5 anos. Ao final de 2017, a carteira de crédito alcançou saldo de R$ 706,3 bilhões, redução de 0,4% em 12 meses, e manutenção da participação de mercado em 22,4%. Em meio à falta de recursos e problemas de capitalização, o volume total de desembolsos em empréstimos no ano recuou 9%, para R$ 368 bilhões, na comparação com 2016, um recuo de R$ 37 bilhões. Essa queda ocorreu principalmente devido à retração de 15,3% na carteira comercial e foi limitada pelo crescimento de 6,3% das operações de habitação e 5,2% das operações de saneamento e infraestrutura.
No volume de empréstimos para habitação, houve alta de 5,1% em 2017, totalizando R$ 86 bilhões. A carteira imobiliária da Caixa Econômica Federal alcançou saldo de R$ 431,7 bilhões, aumento de 6,3% em 12 meses. Os créditos concedidos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) representam R$ 237,6 bilhões. As operações de crédito com recursos da Caixa Econômica Federal (SBPE) apresentam saldo de R$ 194,1 bilhões. A instituição informou que ganhou 2,1% de participação no mercado imobiliário, mantendo a liderança, com 69% de participação.
As receitas com prestação de serviços cresceram 11,5% em 2017, totalizando R$ 25 bilhões, com destaque para conta corrente, administração de fundos de investimento e convênios e cobrança que cresceram, respectivamente, 31%, 21,7% e 7,4% em 12 meses. As outras despesas administrativas recuaram 2,3% em 12 meses, totalizando R$ 11,9 bilhões. Foi a primeira vez na história em que ações de eficiência geraram redução dessas despesas entre os exercícios. As despesas de pessoal alcançaram R$ 22,4 bilhões no ano, avanço de 6,6% em 12 meses, impactadas pelo acordo coletivo e pelos planos de demissão voluntária, que geraram despesas não recorrentes de R$ 863 milhões, com o desligamento de 7 mil empregados.
Com esse desempenho, o índice de eficiência operacional recorrente alcançou 49,8%, melhora de 2,3% em 12 meses. O índice de cobertura de despesas administrativas alcançou 72,9%, melhora de 5,3%, e o índice de cobertura de despesa de pessoal somou 111,6%, avanço de 4,8% em 12 meses. Em dezembro, a Caixa Econômica Federal possuía R$ 2,2 trilhões em ativos administrados, avanço de 1,9% em 12 meses, com destaque para os ativos próprios, que totalizaram R$ 1,3 trilhão, avanço de 0,4% em 12 meses.
Pela primeira vez, em 2017, metade do lucro alcançado pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em 2016, foi creditado nas contas dos trabalhadores. Foram distribuídos o total de R$ 7,3 bilhões para 88 milhões de trabalhadores. A remuneração do FGTS em 2016 alcançou 7,14% e foi superior aos principais índices de inflação, sendo o IPCA 6,28% e o INPC 6,58%. Após a apuração final do resultado de 2017, metade do lucro será novamente distribuído aos trabalhadores. A arrecadação do FGTS atingiu R$ 123,5 bilhões e os saques, R$ 166,9 bilhões, incluindo R$ 44 bilhões de saques das contas inativas. Em relação aos programas voltados ao trabalhador, a Caixa Econômica Federal foi responsável por realizar 292,3 milhões de pagamentos de benefícios, que totalizaram R$ 313,7 bilhões, entre eles o seguro-desemprego, abono salarial e PIS, que corresponderam a R$ 52 bilhões. O Bolsa Família pagou cerca de 153,8 milhões de benefícios no período, totalizando R$ 27,8 bilhões.
O Bradesco teve lucro de R$ 14,65 bilhões em 2017. Já o Itaú Unibanco registrou lucro líquido de R$ 23,96 bilhões. O Santander registrou lucro de R$ 7,99 bilhões no ano passado. Já o Banco do Brasil teve lucro de R$ 11 bilhões em 2017. As quatro instituições financeiras têm ações listadas na Bovespa.
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