O diretor da área de coleta e limpeza urbana da megalixeira Estre (dona da empresa Cavo, empresa líder do Consórcio Soma), André Meira, um dos dirigentes afastados pela empresa Estre Ambiental, em consequência da Operação Descarte, da Polícia Federal, reagiu com indignação à decisão da companhia. A Estre controla a empresa Cavo, líder do consórcio Soma, prestador de serviços de limpeza contratado pela prefeitura de São Paulo, e alvo da Operação Descarte, da Polícia Federal e da Receita, deflagrada em 1.º de fevereiro. “Com indignação e surpresa tomei conhecimento da nota que noticia publicamente o meu afastamento e de outro funcionário, o que me causa constrangimentos e atinge a minha idoneidade”, afirmou André Meira, que já foi executivo também da Delta, do empresário propineiro Fernando Cavendish, do Rio de Janeiro. .
O afastamento de Meira e também do gerente financeiro do consórcio Soma, Tercio Correia, foi informado em comunicado interno da Estre, que a empresa fez circular entre seus funcionários no dia 7. A empresa ainda suspendeu "qualquer comunicação ou interação de seus executivos e profissionais com o sr. Wilson Quintella Filho" – citado na delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, o megacorrupto delator premiado Paulo Roberto Costa.
A Operação Descarte apura um esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada. Policiais federais e auditores fiscais da Receita identificaram que o consórcio Soma teria usado botas, sapatenis, bonés, uniformes, tintas, sacos de lixo e detergentes para lavar R$ 200 milhões usando notas frias. Wilson Quintella Filho era o diretor-presidente da Estre Ambiental, responsável pela administração da empresa, segundo a Operação Descarte. Segundo a Estre, Wilson Quintella Filho deixou o Conselho de Administração em dezembro do ano passado. Em nota, André Meira afirmou que exerceu a função de Diretor de Coleta e Limpeza Urbana desde 2015. “Sempre me pautando por condutas e comportamentos éticos, legais, transparentes e hierarquicamente fieis as determinações que recebi do Conselho e dos Acionistas”, declarou. “Nunca, na condição de Diretor de Coleta e Limpeza Urbana, tomei qualquer decisão, pratiquei ou deixei de fazer qualquer ato em atendimento às determinações superiores que recebi. Sempre em minha vida profissional jamais infringi em qualquer preceito ético, incluindo aqueles referentes ao sigilo profissional".
Esta é a íntegra da nota oficial de André Meira: "Com indignação e surpresa tomei conhecimento da nota que notícia publicamente o meu afastamento e de outro funcionário, o que me causa constrangimentos e atinge a minha idoneidade. Tomo conhecimento, estarrecido e profundamente decepcionado. A respeito esclareço que: Exerci a função de Diretor de Coleta e Limpeza Urbana desde 2015, sempre me pautando por condutas e comportamentos éticos, legais, transparentes e hierarquicamente fieis as determinações que recebi do Conselho e dos Acionistas. Deixo claro a minha total ausência de envolvimento com os fatos que foram objeto da operação da Policia Federal, intitulada “Descarte” realizada no último dia 01 deste mês. Nunca, na condição de Diretor de Coleta e Limpeza Urbana, tomei qualquer decisão, pratiquei ou deixei de fazer qualquer ato em atendimento às determinações superiores que recebi. Sempre em minha vida profissional jamais infringi em qualquer preceito ético, incluindo aqueles referentes ao sigilo profissional. Estou à disposição da empresa e das autoridades para prestar todos os esclarecimentos. Estes são os fatos. Esta é a verdade. Infelizmente uma nota vem a macular a minha honra".
A Estre Ambiental publicou uma publicação ao mercado, em inglês (a empresa tem suas ações no pregão da Nasdaq), omitindo o nome do diretor afastado, André Meira, e sem fazer qualquer menção ao fato de que recomendou ao seu corpo funcional expressamente que não mantenha qualquer contato com o ex-dono da empresa, hoje sócio minoritário, o megalixeiro petroleiro Wilson Quintella Filho.
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