Um termômetro de sucesso de uma aeronave civil é quando ela consegue operar no “território inimigo”. É o caso dos E190 adquiridos por ninguém menos que a Air Canada, a maior companhia aérea do país sede da Bombardier, maior adversária mundial da Embraer no mercado de jatos regionais. Mas essa “audácia brasileira” está prestes a acabar. A Air Canada anunciou na semana passada que iniciará a retirada de serviço do jato, um processo que levará cerca de 18 meses e aposentará 25 unidades remanescentes do aparelho, de um total de 45 que operaram no Canadá.
Para seu lugar a Air Canada receberá o CS300, a maior versão do novo jato comercial da Bombardier e que devem chegar à companhia no início de 2019. Enquanto isso não ocorre, o vice-presidente de finanças da empresa diz que usará o A319 para preencher a lacuna deixada pelo avião da Embraer: “O Airbus tem um custo por assento geralmente menor que o EMB-190 “, disse Mike Rousseau. Depois de uma longa negociação, a Air Canada fechou uma compra de 45 unidades do CS300 com mais 30 opções há exatos dois anos. Até então, a Bombardier ansiava pela encomenda da sua conterrânea como forma de reforçar a presença do jato na América do Norte. O projeto acumulava muitos atrasos e ainda não estava claro se seria um sucesso.
Hoje, no entanto, a situação é oposta: enquanto a fabricante canadense coleciona vitórias como na venda da CS Series para a Delta Air Lines, a Embraer está com uma carteira relativamente modesta em relação à família E2, que incorpora melhorias de desempenho e economia em relação aos primeiros jatos. A associação entre Airbus e Bombardier também colocou pressão na fabricante brasileira e na Boeing que desde então discutem a criação de uma nova empresa em comum.
A Air Canada opera o E190 desde o segundo semestre de 2006, portanto, há pouco mais de 11 anos. Antes disso já havia recebido a versão de menor capacidade do E175, seu primeiro avião da Embraer, sendo um dos primeiros operadores da família de jatos brasileira.
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