O procurador federal Ângelo Goulart Villela, preso ao ser acusado de vazar informações da operação Greenfield para a JBS e solto em 1º de agosto, revelou, em entrevista à Folha de S. Paulo, que o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, agiu para derrubar o presidente da República, Michel Temer, com o objetivo de impedir a nomeação de Raquel Dodge como sua sucessora. Segundo Goulart, Janot teria deixado as intenções explícitas durante o Encontro Nacional de Procuradores da República. "A minha caneta pode não fazer meu sucessor, mas ainda tem tinta suficiente para que eu consiga vetar um nome", disse o então Procurador Geral da República, que, segundo Villela, se referia a Raquel Dodge como "bruxa".
Villela explicou que Janot tinha "certeza que derrubaria (Temer)" e esse seria o caminho para inviabilizar a nomeação de Dodge. "O Rodrigo quis usar uma flecha para obter duas vitórias", completou. Ângelo Goulart Villela foi preso em decorrência da operação Patmos, em maio, acusado de corrupção passiva, violação do sigilo funcional e obstrução de Justiça. Em sua delação, Joesley Batista chegou a afirmar que Villela recebia uma mesada de R$ 50 mil para repassar informações das investigações ao grupo. Pouco depois, Joesley mudou a versão e já não confirmou que o dinheiro chegava ao procurador. Villela foi solto após 76 dias de prisão.
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