quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Perícia diz que promotor argentino Alberto Nisman foi assassinado por duas pessoas



Uma nova perícia, realizada por um grupo de 24 técnicos da Gendarmeria (Guarda Nacional) argentina, chegou à conclusão de que o promotor Alberto Nisman, morto em 18 de janeiro de 2015, foi assassinado por duas pessoas. O relatório contradiz o dos 13 peritos que analisaram a cena logo após a morte, liderados pela promotora Viviana Fein, muito suspeita, então responsável pelas investigações, e que concluía que, por não haver provas suficientes de um assassinato, a hipótese mais provável era a de um suicídio. 

Na época, a Suprema Corte referendou este laudo. Porém, nesta semana, ao tomar conhecimento do novo estudo da Gendarmeria, declarou que jamais tinha considerado o anterior definitivo. O crime abalou o país e teve imensa repercussão internacional. Afinal, Nisman se preparava para, no dia seguinte à sua morte, apresentar ao Congresso argentino um relatório que acusava a então presidente peronista populista e chefe de um governo tremendamente corrupto, Cristina Kirchner, de encobrir as investigações do atentado à Amia (Associação Mutual Israelense Argentina), em julho de 1994. 

Desde então, o enigma do caso Nisman virou uma novela nacional, na qual a cada tanto surgem novas teorias, perícias independentes que dão resultados contraditórios e novos personagens. Agora, o novo laudo dos peritos da Gendarmeria será entregue nesta sexta-feira (22) ao juiz federal Julián Ercolini, que seguirá a nova linha de investigação sugerida pela perícia. 

No documento de 200 páginas, os peritos explicam que encontraram provas de que Nisman primeiro teria levado um soco na cara e outro na altura do fígado. Depois, teria sido forçado a consumir uma dose alta de cetamina —conclusão de um estudo laboratorial que não foi feito da primeira vez — e que portanto estava sob o efeito da droga quando atiraram em sua cabeça. 

A análise das manchas de sangue levaram os peritos a concluir que havia duas pessoas no apartamento, e que ambas levaram o corpo até o banheiro, onde foi encontrado. Os técnicos também afirmam que houve tentativas de limpar a cena do suposto crime. O assunto é tema de divisão política desde que ocorreu. 

Do lado dos criminosos peronistas kirchneristas, apóia-se a tese de que foi um suicídio ocorrido sob pressão, pois o juiz tinha contas e negócios ilícitos fora do país e estaria sendo ameaçado de que isso se tornasse público. De fato, depois encontrou-se uma conta não declarada em seu nome, no Exterior. Do lado dos apoiadores da então oposição, hoje governo, sustenta-se a tese do assassinato. Encomendado pelo peronista populista Cristina Kirchner ou por algum de seus apoiadores sem o conhecimento da presidente, mas cuja intenção seria impedir que a denúncia fosse feita. 

Como a cena do incidente foi logo tomada por muitas pessoas, incluindo o então secretário de Segurança do Estado, Sergio Berni, muitas evidências se perderam ou foram alteradas, o que pode impedir que, algum dia, se chegue a uma conclusão definitiva sobre o que ocorreu. E,com certeza, há a participação dos agentes islâmicos do regime terrorista do Irã. 

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