Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança, mas o início da crise econômica, em 2015, mudou esse cenário. Agora, pelo segundo mês seguido, os brasileiros depositaram mais do que sacaram na poupança. Em junho, a captação líquida (depósitos menos retiradas) somou 6,1 bilhões de reais, segundo o Banco Central. O valor é quase 20 vezes maior que a captação líquida registrada em maio 292,6 milhões de reais e o melhor para meses de junho desde 2013, quando os depósitos tinham superado as retiradas em 9,4 bilhões de reais. Apesar do desempenho positivo nos dois últimos meses, as retiradas continuam maiores que os depósitos em 2017. Nos seis primeiros meses do ano, a caderneta de poupança registrou saques líquidos de 12,3 bilhões de reais. Mesmo assim, esse foi o melhor primeiro semestre da caderneta desde 2014, quando a aplicação tinha registrado captações líquidas de 9,6 bilhões de reais. Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a 24 bilhões de reais. Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrir dívidas, num cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.
Em 2015, 53,5 bilhões de reais foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em 40,7 bilhões de reais. A poupança voltou a atrair recursos mesmo com a queda de juros. Isso porque o investimento voltou a garantir rendimentos acima da inflação, que está em queda. Nos 12 meses terminados em junho, a poupança rendeu 7,98%.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)-15, que funciona como uma prévia da inflação oficial, acumula 3,52% no mesmo período, no menor nível em 10 anos. Amanhã (7), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o IPCA de junho.
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