sábado, 17 de junho de 2017

Terrorista narcotraficante chefe das Farc diz que todas as armas serão entregues até 20 de junho


O terrorista narcotraficante chefe das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Rodrigo London Echeverri, disse na quinta-feira (15), em Oslo, na Noruega, que todas as armas do grupo serão entregues às Nações Unidas até 20 de junho, como planejado, e que faz parte de um acordo de paz para encerrar mais de 52 anos de guerra. As Farc precisam entregar os últimos 40% de suas armas, conforme acordo em 2016 com o governo do presidente Juan Manuel Santos.

"Nós tomamos uma decisão política. Nós respeitamos o acordo e nós o implementaremos, seja lá o que for preciso", disse o terrorista narcotraficante chefe da organização, conhecido como Timochenko. Sobre o acordo, rejeitado em um referendo público, mas aprovado pelo Congresso, o grupo narcoguerrilheiro se tornará um partido político e a maioria dos combatentes receberá uma anistia depois de explicar suas ações publicamente. Londono disse que o grupo discutirá o nome do futuro partido político, que poderá ser decidido em um congresso das Farc em agosto.

"Estamos trabalhando com a data de agosto, no meio ou no final do mês. Mas também poderá ser no início de setembro", disse ele, recusando-se a informar quais opções de nomes existem. "O Congresso decidirá todas essas coisas, democraticamente", disse. Londono falou sobre o processo de paz juntamente com a ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Maria Angela Holguin, durante evento em Oslo, na Noruega.

Perguntado pelo ministro das Relações Exteriores da Noruega, Boerge Brende, para descrever alguns dos momentos mais pessoais das negociações, o líder da narcoguerrilha terrorista lembrou o tempo em que sofreu um ataque cardíaco no meio de negociações, em Havana, e foi "ressuscitado por médicos cubanos".

"Depois, recebi um cartão pessoal do presidente Santos que me desejava melhoras. Isso significou muito para mim", respondeu, visivelmente emocionado, ao público. A ministra Holguin, disse que o processo de paz enfrentou alguns obstáculos, mas que a chave para uma resolução passava pelos agricultores colombianos, que podem se sentir melhor plantando culturas legais, ao invés de coca.

"Devemos ser capazes de dar aos agricultores a possibilidade de ganhar a vida legalmente, em vez de cultivar coca. Temos de substituir as culturas e remover as minas terrestres", declarou Holguin. A Colômbia ocupa o segundo lugar, depois do Afeganistão, na lista de países com mais minas terrestres, de acordo com a ONG International Campaign to Ban Landmines. "Estamos em uma fase muito difícil. Aplicar o acordo é muitas vezes mais complicado do que fazê-lo", disse a ministra. Londono enfatizou que a reintegração de guerrilheiros na sociedade é fundamental. Além disso, "devemos remover a violência do exercício da política", disse.

Nenhum comentário: