O presidente da República em exercício, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), assinou nesta terça-feira (20) uma ordem de serviço para a contratação de um consórcio para a construção do último trecho das obras de transposição do rio São Francisco. A assinatura só foi possível após decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, de suspender os efeitos de uma liminar do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que barrava uma nova licitação feita para o trecho. A decisão de Cármen Lúcia ocorreu após uma articulação política liderada pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que liberou a contratação de um consórcio para a construção do último trecho das obras de transposição do rio São Francisco.
As obras estavam paradas desde o segundo semestre de 2016, quando a construtora Mendes Júnior desistiu da obra após problemas de financiamento provocados pelas acusações de participação da empresa em esquemas investigados pela Lava Jato. Na terça-feira (13) da semana passada, Cármen Lúcia recebeu o presidente do Senado e governadores da região Nordeste, que fizeram um apelo pela retomada da obra. A construção também é considerada estratégica pelo presidente Michel Temer, que enfrenta seus piores índices de popularidade no Nordeste.
Com isso, o Ministério da Integração Nacional vai contratar o consórcio Emsa-Siton por R$ 516,8 milhões. A empresa ficou em terceiro lugar na licitação, mas as duas primeiras colocadas foram eliminadas da disputa, porque a pasta julgou que elas não tinham capacidade técnica para tocar a obra. O ministro Helder Barbalho (Transposição) reuniu-se nesta terça-feira com Maia e com Eunício para a assinatura da ordem de serviço. A previsão do Ministério da Integração é retomar as obras em 72 horas. As obras devem levar entre oito e dez meses, com 2.000 profissionais contratados no pico das atividades.
A expectativa do governo é que as águas do rio São Francisco cheguem ao Ceará, no reservatório Jati, entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018. Em três meses, essas águas devem chegar a Fortaleza. As obras neste trecho haviam sido suspensas em junho de 2016 depois que a construtora Mendes Júnior declarou incapacidade técnica e financeira para continuar os contratos da obra.
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