domingo, 21 de maio de 2017

Joesley roubou e foi tomar champanhe em Nova York, diz Darcisio Perondi, aliado de Temer


Enquanto a oposição denunciou a falta de explicações do presidente Michel Temer (PMDB) no novo pronunciamento na TV neste sábado aliados avaliaram que o discurso acertou o tom e foi ao encontro a um dos temas mais comentados redes sociais: o fato de que os irmãos Wesley e Joesley Batista, delatores e donos da JBS, terem ficado até agora livres, apesar da confissão de crimes, conforme a imunidade garantida pelo acordo de colaboração premiada. O tema gerou engajamento negativo na internet. “A repercussão está muito boa, as redes sociais estão indignadas. Temer resolveu enfrentar e foi perfeito com aquela frase. O cara (Joesley) aprontou, assaltou o País, ganhou absolvição num curto espaço de tempo e está passeando em Nova York. Os dois irmãos ganharam liberdade, passaporte livre, estão passeando, visitando sex shop. Eu e você estamos trabalhando enquanto eles tomam uma champanhe de 5 000 dólares”, disse o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS). Era manhã de sábado quando Temer decidiu fazer o segundo pronunciamento depois de virar alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal. Ele foi aconselhado por seus defensores e auxiliares a denunciar a adulteração no áudio gravado por Joesley Batista e calibrar o discurso para bater pesado na imunidade que o dono da JBS ganhou. A perícia particular contratada pelo jornal Folha de S. Paulo foi o principal motivo que levou Temer a fazer novo pronunciamento, segundo parlamentares que o acompanhavam. A análise privada (sem validade para o processo no STF) apontou ao menos 50 cortes na gravação, o que reforçou o discurso de Temer e deu argumentos para sua defesa. “Os técnicos que Janot pediu para analisar a fita eram um financeiro e outro de informática. Eles analisaram sem nenhum aparelho. Os caras escreveram isso constrangidos. Essa base superficial serviu para indiciar o presidente. Nunca vi isso na história da República. Ou foi precipitação ou conspiração da Procuradoria”, disse Perondi. Quanto à falta de ação de Temer ao ouvir relatos de obstrução da Justiça cometidos por Joesley, Perondi disse que Temer “não é policial, nem estava acreditando na versão do empresário”. O dono da JBS que contou que havia zerado débitos com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-deputado preso em Curitiba na Operação Lava Jato, e que recebia informações privilegiadas de um procurador, além de acesso a juízes federais. O presidente passou o dia reunido no Palácio da Alvorada com ministros e parlamentares dos principais partidos de sua base – PMDB, DEM, PSD e PSDB. A ordem é articular a defesa de Temer e dar seguimento à pauta de reformas que foi paralisada no Congresso. O domingo deve ser de mais reuniões. “O presidente foi muito firme em sua fala. Deixou claro sob todos os aspectos que não cometeu nenhum ilícito. A repercussão na bancada do PMDB foi muito forte de união e apoio ao presidente Michel Temer na condução do nosso país e no avanço da pauta de recuperação de nossa economia”, disse o líder na Câmara, Baleia Rossi (SP), cujo pai, o ex-ministro Wagner Rossi, também foi implicado em ilegalidades por Joesley Batista. 

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