As construtoras Graña y Montero e a Ingenieros Civiles y Contratistas Generales (ICCGSA) negaram saber das propinas pagas pela brasileira Odebrecht a funcionários peruanos em uma licitação para a construção de uma estrada vencida pelas três empresas em consórcio. As duas companhias negaram em diferentes comunicados divulgados neste sábado (25)as declarações do ex-diretor da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, que afirmou que elas sabiam dos pagamentos ilícitos realizados para que o consórcio vencesse a licitação da Estrada Interoceânica do Sul, rodovia que liga o Peru ao Brasil. A Graña y Montero negou "categoricamente" as declarações de Barata ao promotor Hamilton Castro. O ex-diretor está realizando uma espécie de delação premiada no Peru, trocando informações para facilitar as investigações em troca de redução de pena. "Nossa empresa e nossos executivos nunca souberam, muito menos administraram ou realizaram, sobre qualquer tipo de propina ou reembolso por pagamentos desse tipo realizados pela Odebrecht", indicou a nota da Graña y Montero. A ICCGSA afirmou que nem a empresa nem os funcionários tinham conhecimento ou participaram dos atos ilícitos reconhecidos pela Odebrecht nos trechos 2 e 3 da Estrada Interoceânica do Sul, que cruza o Peru do Oceano Pacífico até a fronteira com o Brasil. As duas construtoras peruanas manifestaram a disposição de colaborar com as investigações. Segundo trecho do depoimento de Barata divulgado na sexta-feira (24) pela revista "Hildebrant", as empresas sabiam que a Odebrecht tinha subornado funcionários do governo e que tinham também que assumir a parte correspondente da propina. No entanto, o ex-diretor afirmou que elas não sabiam de detalhes do acordo. As declarações fizeram com que as ações da Graña y Montero caíssem 33,33% na Bolsa de Valores de Lima na sexta-feira (24). Os investidores temem um grave prejuízo à reputação da construtora e decidiram vender os papéis para se proteger. No mesmo depoimento, Barata afirmou que a Odebrecht pagou US$ 20 milhões em propina ao ex-presidente do Peru, Alejandro Toledo, para que ele favorecesse a construtora na licitação da Estrada Interoceânica. Toledo foi acusado pela Justiça do país e contra ele há um mandato de prisão internacional.
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