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A retração da economia brasileira no terceiro trimestre, de 2,9% em relação ao mesmo período de 2015, coloca o País na última posição em uma lista de 40 países que já divulgaram os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do trimestre passado, e que foram compilados pela Austin Rating. A Venezuela, que vive uma crise econômica ainda mais grave que a brasileira, vinha ocupando a lanterna desta lista nos trimestres anteriores, mas ainda não divulgou seus números do trimestre passado. Na lista de 40 países analisados pela Austin, que representam 83% do PIB Mundial, o Brasil aparece atrás de economias como a Grécia (29ª na lista, com alta de 1,2% no PIB no terceiro trimestre), Ucrânia (que recupera-se de uma guerra civil, mas cresceu 1,8%). Entre os Brics (grupo das maiores economias emergentes) o País também ficou atrás da Rússia (a 38ª, com queda de 0,6% no PIB) e muito distante de Índia, com alta de 7,3%, e China, cujo PIB mesmo em desaceleração teve expansão de 6,7% entre julho e setembro. África do Sul, que completa o grupo dos Brics, ainda não divulgou seus números, segundo a Austin. Também em relação às economias latino-americanas o Brasil faz muito feio. O Peru, por exemplo, teve taxa de crescimento de 4,4% do PIB no triemstre passado, e figura na sexta posição na lista. O México, com expansão de 2%, é o 18º, o Chile, o 26º, com 1,6%, e a Colômbia, que cresceu 1,2%, na 30ª posição. A partir dos resultados do terceiro trimestre, a Austin Rating informou que revisou sua projeção para o PIB brasileiro de 2016, de uma retração de 3,1% para 3,5%. Já para 2017, a consultoria vai na contramão do mercado, que já trabalha com um PIB abaixo de 1%. A Austin revisou para 1,3% ante 1,1% estimado no trimestre anterior. — A revisão para cima do PIB de 2017 recai sobre a perspectiva de melhora vigorosa dos fatores de produção a partir do segundo semestre de 2017, com destaque aos investimentos privados, bem como pela retomada do mercado de crédito com estímulo da queda da taxa de juros e início de recuperação do mercado de trabalho, além do efeito estatístico da base de comparação menor — diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. Agostini acrescentou que a melhora da economia brasileira no ano que vem está ligada às mudanças no cenário global: — Porém, a concretização de um cenário econômico melhor aqui em 2017 depende, em parte, das alterações que a economia global sofrerá a partir da mudança de política econômica nos Estados Unidos, que deve elevar a taxa de juros neste final de 2016 e que, por sua vez, altera a relação de preços dos ativos financeiros globais (moedas, ações, títulos soberanos, commodities, etc.), bem como o “efeito Trump” sobre as relações internacionais de comércio exterior.
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