O elevado endividamento das empresas, que se refletiu na queda dos investimentos, foi o grande responsável pela queda de 0,8% do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, anunciada nesta quarta-feira (30) pelo IBGE, de acordo com nota divulgada pelo Ministério da Fazenda. "Esse quadro decorreu de condições anteriores ao estabelecimento da nova agenda econômica do governo, que se mostraram mais graves do que inicialmente percebidas", afirmou a pasta no comentário. O Ministério da Fazenda disse ainda que as projeções para 2016 e 2017 não foram alteradas. Ou seja, a previsão é de retração de 3,5% para 2016 e crescimento de 1% para 2017. "De acordo com as projeções [...], o crescimento na margem da economia brasileira será de 2,8% para 2017, quando se considera a variação entre o quarto trimestre de 2017 e o quarto trimestre de 2016", diz a nota. O IBGE informou nesta quarta-feira (30) que o PIB contraiu 0,8% no terceiro trimestre (entre julho e setembro), ante os três meses imediatamente anteriores. No acumulado em quatro trimestres, a economia encolheu 4,4%. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, a queda foi de 2,9%. Há sete trimestres seguidos (um ano e nove meses) a economia brasileira retrai continuamente, numa das mais longas recessões da história do País. É a mais longa sequência de quedas de acordo com a atual série histórica das Contas Nacionais, do IBGE, iniciada no primeiro trimestre de 1996. O PIB, Produto Interno Bruto, é um dos principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor adicionado à economia em um determinado período. O PIB pode ser calculado pela ótica da oferta e pela ótica da demanda. Os métodos devem apresentar o mesmo resultado. Desde o último trimestre de 2014, o IBGE passou a aplicar diretrizes da ONU que alteraram parcialmente os cálculos para o PIB. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento, prospecção e avaliação de recursos minerais (mesmo que não sejam encontradas, por exemplo, jazidas de minério ou petróleo) e aquisição de softwares passaram a ser contabilizados no PIB. Antes, eram encarados como despesas intermediárias e descontadas do cálculo. Pela nova metodologia, os gastos governamentais com a compra de equipamentos militares também passam a ser considerados como investimento, por exemplo.
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