sábado, 24 de dezembro de 2016

Petrobras pede mediação da Justiça para negociar com petroleiros



A Petrobras protocolou no Tribunal Superior do Trabalho pedido de conciliação para concluir as negociações salariais com os sindicatos dos petroleiros. Na quinta-feira (22) a categoria anunciou a aprovação de uma greve nacional para forçar a estatal a melhorar sua oferta. O movimento teve início à 0h de sexta-feira. Em comunicado interno, a Petrobras diz a seus empregados que a decisão de pedir conciliação foi tomada após a avaliação de que "o momento exige uma nova instância de negociação". "A Petrobras entende que fez uma proposta justa, considerando a situação financeira da empresa, e que a conclusão desse processo, que já dura mais de três meses, é necessária e benéfica para todas as partes", argumentou a companhia. A última proposta da empresa é de reajuste de 6% retroativo a setembro e mais 2,8% a partir de fevereiro. Os petroleiros reclamam, porém, da insistência na empresa em uma proposta para reduzir em 25% a jornada de trabalho, com corte equivalente no salário, que tem apoio de um grupo de empregados da área administrativa. Em nota, a petista Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmou que não aceitará a mediação da Justiça. "Trata-se de um jogo combinado. A FUP iria para ouvir a ameaça de um dissídio coletivo", diz a entidade petista, que controla 13 sindicatos. A estatal diz a seus empregados que não se trata de um pedido de dissídio coletivo, quando a questão passa a ser decidida pela própria Justiça. "Uma vez que foram realizadas quatro reuniões e apresentadas quatro propostas, todas elas com avanços que buscaram atender às demandas apresentadas pelos sindicatos dentro das limitações financeiras da Petrobras, a empresa decidiu buscar alternativas junto à Justiça para garantir que haja avanços nas discussões", argumentou a companhia. Sindicatos e a direção da empresa discordam ainda em relação ao programa de venda de ativos da estatal, que prevê arrecadar US$ 34,6 bilhões até 2019 com a justificativa de que o dinheiro é necessário para reduzir o endividamento da companhia. A greve dos petroleiros foi iniciada em ritmo lento na sexta-feira, com atrasos na troca de turnos em algumas unidades operacionais e manifestações em áreas administrativas.

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