quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Andrade Gutierrez delata cartel em obras de urbanização de favelas do Rio de Janeiro


Após delatar um cartel nas obras da usina de Belo Monte, a Andrade Gutierrez entregou ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) detalhes de um esquema para fraudar licitação para obras em favelas do Rio de Janeiro. A empreiteira firmou novo acordo de leniência com o órgão, que instaurou processo administrativo para apurar o suposto cartel. Segundo a Andrade Gutierrez, as concorrências ocorreram para obras no Complexo do Alemão, no Complexo de Manguinhos e na Rocinha, informou nesta quarta-feira (30) o Cade. A licitação foi promovida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro e financiada com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). De acordo com a colaboração, participaram do esquema as empreiteiras Camargo Corrêa, Camter, Odebrecht, Delta, OAS, Queiroz Galvão, Carioca Christiani Nielsen Engenharia, EIT - Empresa Industrial e Técnica e Caenge. O acordo, firmado na segunda-feira (28) em conjunto com o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, é mais um desdobramento da Operação Lava Jato. A Andrade Gutierrez informou que as conversas entre os concorrentes começaram em maio de 2007 e duraram até o início de 2008. As construtoras citadas estavam dividas em três consórcios e combinaram as ofertas que seriam feitas, informaram ao Cade os executivos da Andrade. A idéia era garantir que Queiroz Galvão, Caenge e Carioca levassem o lote referente à Rocinha, que Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Camter e EIT ficassem com as obras do Complexo de Manguinhos e que Odebrecht, OAS e Delta assumissem a urbanização do Complexo do Alemão. Segundo informações da Andrade Gutierrez, a construtora Camargo Corrêa ficou insatisfeita com o percentual que teria no consórcio e decidiu sair da disputa. 

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