O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, preso nesta quarta-feira, passou mal na Superintendência da Polícia Federal, na Praça Mauá, onde prestou depoimento. Ele foi encaminhado ao hospital municipal Souza Aguiar, no início da noite. Segundo a Polícia Federal, após receber alta do hospital, o ex-governador será levado para o presídio Frederico Marques, no Complexo de Bangu. Segundo seus advogados, ele sofre de pressão alta e passou mal antes de ser transferido para Campos, no Norte Fluminense. Um vôo para levá-lo ao município do Norte Fluminense estava marcado para 19h30m desta quarta-feira. Ele foi preso pela manhã, no apartamento dele no Flamengo, sob a acusação de crime eleitoral. A Polícia Federal cumpriu ainda mandado de busca e apreensão no imóvel.A prisão faz parte da Operação Chequinho, que investiga a ação de uma associação criminosa montada com o objetivo de fraudar as últimas eleições no município de Campos dos Goytacases, no Norte Fluminense, onde Garotinho é secretário de Governo. O município é governado pela mulher de Garotinho, a ex-governadora Rosinha Garotinho. O juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral, que decretou a prisão do ex-governador, afirma que há vários elementos probatórios que demonstram que ele "efetivamente não só está envolvido, mas comanda com 'mão de ferro' um verdadeiro esquema de corrupção eleitoral" em Campos, no Norte Fluminense. O magistrado cita ainda a coação de testemunhas como um dos fatores para a prisão preventiva (sem prazo para soltura). "De toda sorte, esclareço ainda que se encontra nos autos prova de existência dos crimes imputados ao acusado, bem como sérios, fartos e veementes indícios de autoria (...)", escreveu o magistrado em sua decisão. "Não bastasse a fraude eleitoral, resta evidenciado nos autos que o réu, se utilizando de outras pessoas sob o seu comando, praticou crimes de coação no curso do processo (...)", afirmou o magistrado em outro trecho. O inquérito apontou que o programa Cheque Cidadão foi usado para a compra de votos. De acordo com as investigações, foram inseridos no programa de forma irregular cerca de 18 mil novos beneficiários. A investigação aponta que isso foi feito por determinação de Garotinho "a fim de obter sucesso nas urnas nas últimas eleições".
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