A prefeita de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), Dárcy Vera (PSD), foi citada novamente nas investigações da operação Sevandija, que apura o que é, até aqui, considerado o maior escândalo de corrupção da história da cidade. A operação, desencadeada pela Polícia Federal e pelo Gaeco, do Ministério Público paulista, apura fraudes em contratos de licitações da prefeitura que somam R$ 203 milhões. A prefeitura de Ribeirão Preto é reiteradamente citada em casos de corrupção desde que passou como prefeito por lá o petista Antonio Palocci, Ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) o ex-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Wagner Rodrigues, que foi candidato à Prefeitura de Ribeirão pelo PCdoB, disse que a prefeita recebeu R$ 4 milhões em propina. A defesa de Dárcy nega "com veemência" a afirmação. Antes, Dárcy já tinha sido flagrada em grampos que podem indicar que ela usou a distribuição de cargos no governo, numa triangulação feita com uma empresa, para comprar apoio político de vereadores na Câmara. Os indícios são de que a suposta propina tinha como finalidade priorizar os pagamentos à advogada Maria Zuely Alves Librandi, deixando de pagar em dia coleta de lixo e repasses a hospitais filantrópicos e ao IPM (Instituto de Previdência dos Municipários). A origem da suspeita está num acordo judicial que resultou no parcelamento de R$ 800 milhões a serem pagos a servidores da prefeitura devido a perdas decorrentes do Plano Collor. Já foram pagos mais de R$ 300 milhões, além de cerca de R$ 40 milhões em honorários. Esses honorários é que são o alvo da investigação. Maria Zuely foi advogada do Sindicato dos Servidores na época da celebração do acordo e, em 2009, já com Dárcy na prefeitura, passou a exercer a função de assistente da Secretaria da Casa Civil. Os pagamentos mensais a ela começaram a ser feitos em janeiro de 2013 e, até junho deste ano, chegaram a R$ 37 milhões. A suspeita de que Dárcy seja beneficiária de parte da propina paga à prefeitura já existe desde a deflagração da operação, no dia 1º de setembro. A operação afirmou já ter descoberto que a advogada pagava propina a Marco Antonio dos Santos, ex-secretário da Administração, que foi preso, e possivelmente a "mais alguém". Agora, além dos R$ 4 milhões que Wagner atribui a Dárcy e dos R$ 2 milhões que seriam destinados ao ex-secretário Santos, o sindicato e um outro advogado receberiam parte do montante de R$ 69 milhões, segundo membros da investigação. A Maria Zuely caberiam R$ 33 milhões. O acordo, conforme a delação, foi discutido em março de 2012 no edifício em que a advogada tem escritório, na região central de Ribeirão Preto.
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