sábado, 22 de outubro de 2016

O bandido petista mensaleiro José Dirceu, já condenado no Petrolão, implora pela sua liberdade ao juiz Sérgio Moro


Em depoimento ao juiz Sergio Moro nesta sexta-feira (21), o bandido petista mensaleiro e ex-ministro José Dirceu fez um pedido ao magistrado para que responda ao processo em liberdade, a fim de "tocar sua vida" e "trabalhar para sustentar a filha". "Eu preciso sair para trabalhar, para sustentar minha filha que tem seis anos de idade", implorou Josée Dirceu, ao final da audiência: "Não é crível que alguém acredite que eu vou fugir, que eu vou obstruir a Justiça, na situação que eu estou". Réu em duas ações na Operação Lava Jato e já condenado em uma delas a 23 anos de prisão, o ex-ministro está preso preventivamente há mais de um ano, desde agosto de 2015. Acrescentou ele: "Eu não estou dizendo isso para ter piedade, porque a responsabilidade é minha pelo que aconteceu. Eu estou dizendo isso porque são fatos objetivos. A realidade da minha família é de dificuldade financeira". Engraçadinho ele, quer dizer que as centenas de milhares de presos no Brasil não têm famílias em dificuldades financeiras? 
Moro respondeu que já decidiu a respeito – negou o pedido de liberdade –, e que cabe às instâncias superiores reverterem a decisão. A defesa de José Dirceu recorreu ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal, mas ambas as cortes negaram a libertação até aqui. Ainda falta a decisão da corte do Supremo. Na Justiça do Paraná, José Dirceu é acusado de receber propina da empresa Apolo Tubulars para que ela fosse contratada pela Petrobras, com a intervenção do ex-diretor petista Renato Duque. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, foram R$ 7 milhões em propina no total. O ex-ministro teria recebido cerca de 30% do valor. No depoimento desta sexta-feira, ele negou que tenha interferido em licitações na Petrobras e disse jamais ter solicitado propina a empresários em troca de contratos na estatal. "Eu estou sendo responsabilizado por um contrato sem nenhuma participação minha ou de minha empresa. Nenhuma. Zero", afirmou: "Eu, realmente, não tenho nada a ver com isso. Na verdade, eu não devia estar aqui, sinceramente. Eu não tenho muito o que dizer". O ex-ministro reconheceu que recebeu valores da Credencial Construtora – empresa apontada como de fachada pela Procuradoria e considerada a operadora da transação. José Dirceu, porém, diz que o valor foi devido por uma consultoria no Panamá: "Nós fomos ao Panamá, eu apresentei eles a empresários, ao Presidente da República... Eu prestei meu trabalho e cobrei aquilo que considerei adequado, e eles pagaram". O ex-ministro afirmou que jamais pediu ao petista Renato Duque qualquer intervenção em contratos ou licitações da Petrobras, e que seus encontros e jantares com ele eram "sociais, e não de negócios". "Eu não conhecia o Renato Duque, não me comprometi com ele e com ninguém, não pedi nenhum favor e nenhuma retribuição pela indicação dele", afirmou José Dirceu, sobre a indicação do engenheiro à diretoria da Petrobras: "Eu tratava de questões gerais, políticas, de estratégia de governo, da situação do País". Interrogado também nesta sexta-feira, o ex-diretor petista Renato Duque, que negocia acordo de delação, permaneceu em silêncio. "Eu quero reiterar minha disposição total de colaborar com a Justiça, mas, no momento, por orientação de meu advogado, eu vou permanecer calado", disse.

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