sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Conselho de Ética do Senado recebe representação do PT contra Ronaldo Caiado


O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), divulgou uma nota na noite desta quinta-feira (20) na qual informou ter recebido uma representação do PT contra o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) por quebra de decoro parlamentar. Na representação, o partido alega que Caiado ofendeu publicamente o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) enquanto a Casa analisava o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, o parlamentar goiano se envolveu em um bate-boca com o petista e disse que Lindbergh deveria fazer exame antidoping antes de iniciar os trabalhos no Senado. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que presidia a sessão, teve de interromper o julgamento de Dilma. Disse Caiado, senador do DEM: "Essa ação do PT não está cheirando bem. Não foi praticada qualquer conduta incompatível com o decoro parlamentar. Foi um debate duro, que se limitou a reagir de forma imediata, proporcional, num ambiente politicamente conflagrado a várias provocações perpetradas por Lindbergh e seus aliados". Na nota divulgada à imprensa na noite desta quinta-feira, o presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza, informou ter enviado a representação do PT à Advocacia-Geral do Senado para que o órgão elabore um parecer sobre a acusação contra Caiado. Com o parecer em mãos, João Alberto Souza deverá, então, decidir se abre ou não um processo disciplinar para apurar se Ronaldo Caiado quebrou o decoro parlamentar. Em 25 de agosto, na sessão em que o Senado iniciou o julgamento de Dilma, Gleisi Hoffmann (PT-PR) usou o microfone do plenário para dizer que "metade do Senado" não tinha moral para julgar a então presidente, à época afastada do cargo. Parlamentares favoráveis ao impeachment, imediatamente, se irritaram com a declaração de Gleisi e teve início um bate-boca generalizado fora dos microfones. Ronaldo Caiado, em tom irônico, interrompeu a senadora petista e afirmou que ele e os outros parlamentares da Casa não eram "assaltantes de aposentados". Gleisi, então, respondeu. "É assaltante de trabalhador escravo", em uma referência ao fato de Caiado ser produtor rural em Goiás. Aliado de Dilma, Lindbergh Farias entrou na discussão e acusou Caiado de ter ligação com o contraventor goiano Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, e com o senador cassado Demóstenes Torres, acusado de usar o mandato para favorecer Cachoeira. Ronaldo Caiado, em resposta, sugeriu a Lindbergh, de forma irônica, durante o bate-boca, que fizesse exame antidoping antes de participar dos trabalhos no Senado. O parlamentar insinuou, ainda, que o petista seria usuário de drogas. "Tem que fazer antidoping. Fica aqui cheirando não", disse Caiado na ocasião. Durante a discussão, Lindbergh Farias, então, respondeu: "Demóstenes é que sabe da sua vida". "Sua ligação é com o Carlinhos Cachoeira", completou.

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