E-mails interceptados pela Operação Lava-Jato demonstram pagamento de suborno em 2004 durante as obras de construção da Terceira Perimetral, em Porto Alegre. Essa foi a administração Tarso Genro/João Verle. Tarso Genro renunciou em abril de 2002 para concorrer ao governo do Estado, derrotando seu companheiro de partido Olívio Dutra, o Exterminador do Futuro, que era o governador e pretendia se reeleger. Perderam os dois. A informação sobre a corrupção na obra de construção da avenida 3ª Perimetral, em Porto Alegre, comandada pelo comunista trotskista João Verle (já falecido, auditor de contas externo do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, onde foi colega do Grande Mandrake trotskista Arno Augustin) foi dada pela Polícia Federal em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, sobre a 35ª fase da Operação Lava-Jato que prendeu o ex-ministro Antonio Pallocci (também ex-comunista trotskista, membro do grupo Liberdade e Luta - a Libelu). Em relatório, a Polícia Federal cita uma troca de correspondência entre o então presidente da Odebrecht, o sinhozinho baiano Marcelo Odebrecht, e alguns dos principais executivos da empreiteira. No e-mail, Marcelo Odebrecht autoriza o repasse de R$ 119 mil para dois personagens do esquema, identificados apenas pelos codinomes "Animal" e "Três".
A Odebrecht participou da construção de dois trechos da Terceira Perimetral. Eles somam quase 4,5 quilômetros de extensão, da Avenida Ipiranga até a Avenida Teresópolis. As obras foram realizadas entre 28 de dezembro de 2000 e 2 de março de 2003. O valor dos contratos é de R$ 22,27 milhões. Os e-mails em posse da Polícia Federal foram trocados entre os dias 24 e 26 de março de 2004. A origem da conversa é uma correspondência enviada por João Borba, diretor de desenvolvimento de negócios da construtora, a Benedicto Júnior, antecessor de Marcelo Odebrecht no comando da da empreiteira. Na mensagem, Borba solicita o "cumprimento do acordo", com a liberação de R$ 119 mil. Os pagamentos deveriam ser efetuados no dia 12 de abril de 2004, sendo R$ 29 mil para "Animal", a serem entregues em São Paulo, e R$ 90 mil para "Três", cujo repasse deveria ser feito em Porto Alegre. Borba comunica a Benedicto que "finalmente fechamos a perimetral" e que o último faturamento correspondia a R$ 1,84 milhão, dos quais R$ 840 mil couberam à Companhia Brasileira de Projetos e Obras (CBPO), que à época pertencia ao Grupo Odebrecht. Esse e-mail foi sendo reencaminhado na hierarquia da construtora. Vinte e oito minutos após recebê-lo, Benedicto o repassou a Marcelo Odebrecht e a Isaías Ubiraci Chaves Santos, envolvido na confecção das planilhas e das requisições de pagamentos do setor de propina da empresa. A resposta do presidente viria dois dias depois, 26 de março, às 12h30min. Com um lacônico "ok", Marcelo Odebrecht autoriza a operação. Em Porto Alegre, o empreiteira se valia de um doleiro para fazer o pagamento de propinas. As investigações da Polícia Federaç e uma ex-secretária da empresa, Maria Lúcia Guimarães Tavares, responsável pela agenda de pagamentos secretos, apontam o agrônomo Antônio Cláudio Albernaz Cordeiro como sendo o operador do esquema. Cordeiro foi preso pela Lava-Jato em março e identificado como responsável pelos "pagamentos paralelos" da Odebrecht na cidade. Ele também seria relacionado a empresas offshore panamenhas e já havia sido investigado pela Polícia Federal no Estado por crime contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro. Dois contratos das obras da Terceira Perimetral de Porto Alegre na gestão petista Tarso Genro/João Verle tiveram participação da Odebrecht. Durante a época de vigência dos contratos, a capital gaúcha era governada pelo PT. Tarso Genro venceu a eleição em 2000, renunciando dois anos depois para disputar o governo do Estado. O mandato foi concluído pelo vice, João Verle (PT), que morreu no ano passado. A obra foi financiada pelo BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento. E o secretário de Obras da prefeitura petista na época era Estilac Xavier, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, homem da mais estrita confiança do peremptório petista e poeta de mão cheia e tenente artilheiro Tarso Genro.
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