terça-feira, 20 de setembro de 2016

Empresário do ABC paulista nega ter chantageado Lula


O empresário de Santo André (SP), Ronan Maria Pinto, réu na Operação Lava Jato, negou nesta segunda-feira (19) ter chantageado o poderoso chefão da Orcrim petista e ex-presidente Lula ou outros políticos do PT em 2004. Dono do jornal "Diário do Grande ABC" e de uma empresa de transporte público, Ronan foi acusado pelo publicitário mineiro Marcos Valério de ter chantageado Lula para obter um pagamento milionário do partido - alvo da ação penal a que responde. O motivo da chantagem não foi revelado pelo publicitário, condenado na ação do mensalão, que afirmou temer ameaças à sua vida. Investigadores suspeitam que o fato esteja relacionado ao assassinato do prefeito Celso Daniel (PT), em 2002. Nesta segunda-feira, o empresário paulista negou que tenha chantageado alguém ou sido beneficiado por qualquer operação realizada por petistas. "Nunca existiu chantagem nem tratativas com ninguém", declarou Ronan, durante depoimento ao juiz Sergio Moro: "São coisas que se falaram, usaram aí, como uma cortina de fumaça. Imagina fazer uma chantagem ao presidente da República, ou a um ministro de Estado. Uma pessoa que fizer isso tem que ser banida da sociedade na mesma hora, pelas próprias vítimas, que são pessoas que podiam tomar essas medidas", afirmou o empresário.  Ronan é acusado de ter sido beneficiado com parte de um empréstimo de R$ 12 milhões feito no banco Schahin pelo pecuarista José Carlos Bumlai. O empresário, amigo de Lula, diz que contraiu a dívida a pedido do PT. O valor nunca foi pago, e acabou "quitado" com a concessão de um contrato da Petrobras para a Schahin. Segundo Ronan, o empréstimo foi tomado por iniciativa própria, para saldar dívidas da sua empresa de transporte: "Não tem nada a ver com o PT. Eu nem tenho essa relação direta com o partido".

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