O leilão de privatização da distribuidora de energia Celg-D marcado para esta sexta-feira (19) foi cancelado por falta de interessados, mas o governo pretende reagendar para breve a licitação, com novas e mais atrativas condições para viabilizar a venda da elétrica, controlada pela estatal Eletrobras. O preço mínimo definido para a companhia, de R$ 2,8 bilhões, havia sido alvo de críticas de diversos investidores, em uma sinalização de que o governo precisará fazer algum esforço para encontrar compradores para a Celg e outras seis distribuidoras que a Eletrobras pretende vender até o fim de 2017. "Agora nós vamos trabalhar para tentar reduzir a percepção de risco, trazer um preço que seja atrativo para o mercado, melhorar as condições gerais e avançar", disse o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa. Ele não deu detalhes sobre prazo ou sobre o novo valor. Segundo parlamentares com conhecimento do assunto, uma nova tentativa de licitar a Celg-D deverá reduzir o preço mínimo do ativo para cerca de R$ 2 bilhões. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirmou que o leilão provavelmente será realizado em setembro. Embora representantes do governo federal viessem falando que confiavam em um certame bem-sucedido, a falta de interessados já estava no radar dos responsáveis pela privatização. O cancelamento também não surpreendeu o mercado. "A falta de proposta faz total sentido, dado que o preço mínimo pelo ativo era muito alto", afirmaram em nota a clientes analistas do Credit Suisse. Em teleconferência com investidores, o diretor financeiro da Eletrobras, Armando Casado, afirmou que a companhia irá trabalhar junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para reagendar a licitação da Celg-D. A frustração do certame, como estava previamente definido, também mostra que os planos da Eletrobras de vender todas suas sete distribuidoras de energia elétrica até o final de 2017 podem ser mais desafiadores do que o governo previa inicialmente. Havia uma forte expectativa no governo de que o interesse de chineses por ativos no Brasil pudesse viabilizar a venda da Celg mesmo com um preço visto como muito alto por investidores privados.
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