O presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, desembargador Luiz Felipe Difini, subiu o tom na disputa política que faz com o governador José Ivo Sartori, do PMDB, ao advertir ontem a tarde que os atrasos salariais constituem verdadeiras pedaladas fiscais: "Atrasos sistemáticos dos salários e descumprimento de decisões judiciais que ordenam o pagamento em dia, constituem justificativas para um pedido de impeachament contra o governador". Ele acrescentou: "Está na Constituição. Em tese, é crime de responsabilidade, mais de improbidade do que pedaladas propriamente ditas". O presidente do Tribunal de Justiça do Estado disse que o julgamento de José Ivo Sartori cabe à Assembléia Legislativa. Sim, o desembargador está certo, em parte, porque o seu argumento é exclusivamente corporativo. Ele precisaria ampliar o escopo da acusação para abranger os interesses da maioria da população gaúcha. Ele também está certo quanto ao papel da Assembléia Legislativa. Mas, para que o Poder Legislativa entre em ação é preciso que alguém apresente uma representação de abertura de processo de impeachment. Por que o desembargador Luiz Felipe Difini não faz isso? Sua autoridade como presidente do Poder Judiciário no Rio Grande do Sul daria enorme peso a essa representação.
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