Inquérito da Polícia Federal acusa o senador socialista Fernando Bezerra (PSB-PE) de receber R$ 20 milhões em propina de empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato para abastecer a campanha de reeleição do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, já falecido. Para a polícia, as provas obtidas ao longo da investigação confirmam os repasses das empreiteiras à campanha de Campos e são suficientes para indiciar Bezerra e outros dois investigados por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A polícia só não indiciou Bezerra porque, pelo entendimento do Supremo Tribunal Federal, esta seria competência da Procuradoria-Geral da República. O inquérito sobre o uso do esquema de corrupção na Petrobras para abastecer a campanha eleitoral de Eduardo Campos foi concluído e enviado na segunda-feira ao Supremo. Caberá agora ao procurador-geral da República decidir se o material é suficiente para apresentar denúncia contra o senador ou se ainda precisa de mais tempo para aprofundar a apuração. Pelas informações da polícia, os R$ 20 milhões destinados à campanha do ex-governador tiveram "origem em valores desviados de contratos celebrados pela Petrobras com três empreiteiras responsáveis pela execução de obras da Refinaria de Abreu e Lima". Segundo a polícia, os repasses foram feitos por meio de "operações fictícias, o que incluía doações eleitorais “oficiosas” e pagamentos em espécie, além de contratos fraudulentos ou superfaturados firmados com empresas de fachada ligadas aos envolvidos". Entre os acusados de envolvimento nas supostas fraudes está também o usineiro João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho. O empresário teria usado dinheiro de propina e empresas de fachada para comprar o jato utilizado na campanha eleitoral de Campos à Presidência da República. O jato caiu e matou o ex-governador e um grupo de auxiliares em 13 de setembro de 2014.
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