segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Lava-Jato apreendeu documentos de offshores de operadores ligados a Eduardo Cunha


A Operação Lava-Jato anexou, na sexta-feira, documentos de pessoas ligadas ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, apreendidos no escritório da Mossack Fonseca, empresa especializada na abertura de offshores. Os investigadores encontraram dados de offshores usadas pelo doleiro Lucio Bolonha Funaro e do lobista João Augusto Rezende Henriques. Os dois são suspeitos de pagar propina ao deputado, que está afastado do mandato parlamentar por determinação do Supremo Tribunal Federal. Os dados mostram que Mossack ajudou na movimentação das contas. A empresa panamenha é apontada com um das principais operadores internacionais de lavagem de dinheiro. Os documentos estavam no escritório da filial paulista alvo da 22ª fase batizada de Triplo X. O lobista João Henriques é apontado como o operador que pagou propina a Eduardo Cunha na negociação da um campo de petróleo na África. Os recursos, depositados em um trust na Suíça, foram usados para pagar contas e viagens no Exterior do deputado afastado e sua família. De acordo com a Lava-Jato, os dados não trazem elementos para as investigações da 22ª fase, mas serão encaminhados a outros casos que correm na Procuradoria Geral da República. A Polícia Federal concluiu o inquérito do caso. Agora, o Ministério Público Federal decide se denunciará algum dos investigados. Além de dados ligados a personagens da Lava-Jato, os técnicos encontraram documentos já revelados na investigação jornalística internacional conhecida como Panama Papers. Entre eles, as transações internacionais feitas pelo deputado federal Newton Cardoso Jr (PMDB-MG). Dados mostram que a offshore Cyndar Management LLC, aberta em 2007, nos Estados Unidos, foram usados para comprar um helicóptero, no valor de US$ 1,9 milhão. O equipamento foi comprado de outra offshore, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, e arrendado à Companhia Siderúrgica Pitangui, de propriedade da família Cardoso, no fim de 2007. Em 2013, a aeronave foi vendida a Inácio Franco, hoje deputado estadual pelo PV-MG, por meio de uma empresa de sua propriedade. Outro personagem ligado a escândalos recentes que a Lava-Jato esbarrou foi Robson Marinho. Os investigadores encontraram documentos que mostram a ligação de Marinho, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo TCE-SP, com a Mossack Fonseca.

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