Em meio à polêmica sobre a decisão do poderoso chefão da ORCRIM petista e ex-presidente Lula de recorrer ao Comitê de Direitos Humanos da ONU contra o juiz Sergio Moro, advogados, procuradores e professores assinaram na segunda-feira (1º) um manifesto em defesa da ação. O texto, direcionado ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, afirmou que Lula "é alvo das elites e a oligarquia, inconformadas com a ascensão da esquerda ao poder que iniciaram uma verdadeira caçada ao petista com o apoio da grande mídia". "Embora tenha deixado a Presidência da República há cerca de seis anos, Luiz Inácio Lula da Silva continua sofrendo ataques preconceituosos e discriminatórios. Agora as ofensas estão acompanhadas de uma tentativa vil de criminalizar o ex-presidente", diz o texto. A nota foi assinada por 77 pessoas, entre eles, o ex-ministro da Justiça, o procurador de Justiça petista Eugênio Aragão; o ex-conselheiro do CNJ, Marcelo Neves; o ex-presidente da OAB-RJ e hoje deputado federal suplente, o petista Wadih Damous (PT-RJ), e o subprocurador-geral da República, Carlos Vasconcelos. A nota também ganhou aval de Manoel Lauro Volkmer de Castilho, assessor técnico do ministro do STF, Teori Zavascki, relator da Lava Jato. Desembargador aposentado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre, ele ocupava cargo comissionado. Castilho também é casado com a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko de Castilho. Será que ela é petista, ou simpática ao PT? Segundo a nota, preconceito e discriminação explicam a perseguição ao petista. "Porque ele é filho da miséria; porque ele é nordestino; porque ele não tem curso superior; porque ele foi sindicalista; porque foi torneiro mecânico; porque é fundador do PT; porque bebe cachaça; porque fez um governo preferencialmente para as classes mais baixas e vulneráveis; porque retirou da invisibilidade milhões de brasileiros etc.", diz. "Fosse Luiz Inácio Lula da Silva um homem de posses, sulista, 'doutor', poliglota, bebesse vinho e tivesse governado para os poucos que detêm o poder e o capital em detrimento dos que lutam sofregamente para ter o mínimo necessário para uma vida com dignidade, certamente a história seria outra. Grande parte daqueles que rejeitam Lula o fazem pelo que ele representa e pelo que ele simboliza." A presidência do Supremo informou que não tomou conhecimento do documento.
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