terça-feira, 19 de julho de 2016

Rodrigo Maia diz ser possível que a Câmara casse Eduardo Cunha na segunda semana de agosto


O novo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na manhã desta terça-feira (19) ser possível votar a cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a partir da segunda semana de agosto. Após vencer a eleição, na madrugada de quinta-feira (14), Maia colocou o assunto como prioritário e afirmou que pautaria o assunto assim que conseguisse reunir quórum suficiente para isso. Para cassar um deputado, são necessários 257 votos. "Na primeira semana de agosto acho difícil, mas a partir da segunda é possível. Só não quero dar data, porque, se não tiver quórum, vão ficar me cobrando que eu adiei a votação. Vamos ter uma noção melhor na primeira semana de qual é o quórum, como vai se construir um quórum, para se dar uma data objetiva desse assunto", afirmou o novo presidente da Casa.  Eduardo Cunha teve seu último recurso para protelar a votação da cassação rejeitado pela Comissão de Constituição e Justiça na quinta-feira passada(15), quando os deputados decidiram por 48 votos a 12 que os argumentos do peemedebista contra a tramitação do processo no Conselho de Ética não cabiam. A derrota expressiva é considerada um ensaio do resultado no plenário, que deve, conforme avaliam aliados e adversários, repetir o resultado acachapante para cassar Eduardo Cunha. Com o período eleitoral e a tramitação do impeachment da presidente afastada, a mulher sapiens Dilma Rousseff, nos últimos passos no Senado, parlamentares acreditam que pode ser difícil reunir deputados suficientes no plenário da Câmara. Essa dificuldade se reflete na pauta prioritária do governo do presidente interino, Michel Temer, como as reformas da Previdência e trabalhista, o teto de gastos públicos e a renegociação das dívidas dos Estados. Os assuntos que estarão entre as prioridades das primeiras semanas de agosto e os possíveis dias de votação foram discutidos por Rodrigo Maia em café da manhã nesta terça-feira com o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), e o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), derrotado por Rodrigo Maia na eleição para a presidência da Casa na última quinta-feira. Moura defendia que a Câmara se reunisse a cada duas semanas nos próximos meses, até novembro, por conta da eleição, e fizesse esforço concentrado nesses períodos, liberando os parlamentares nos demais dias para estar em suas bases. Rodrigo Maia e Rosso eram contrários à ideia. Maia disse, contudo, que ainda vai conversar com outros líderes a respeito. Para o presidente da Casa, a idéia é convocar os parlamentares de segunda a quarta no mês de agosto, de forma que eles fiquem liberados para cuidar das eleições nos demais dias. "Mas se não der quórum e não for possível votar a agenda da semana até quarta-feira, ai tem que ficar na quinta-feira", frisou Maia, lembrando que ainda vai acertar os detalhes com demais líderes. As lideranças se dividem sobre o assunto. Há quem acredite se possível reunir quórum toda semana em período eleitoral, e quem pense que os parlamentares não comparecerão à Casa. "Acho que pela quantidade de poucos candidatos deputados a prefeito, é possível ter quorum importantes. Para, por exemplo, a dívida dos Estados, que já teve urgência aprovada, o projeto dos fundos de pensão e do pré-sal. Não vejo grande dificuldade de quorum pra isso", afirmou o líder do PMDB, Baleia Rossi (SP). Mesmo admitindo que pode haver dificuldade em reunir seus deputados, o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), afirmou que é preciso dialogar com cuidado e calma e fazer uma agenda prévia e com antecedência para que os parlamentares possam se programar nas bases. Analisou ainda que o calendário do impeachment e o interesse de todos em acompanhar de perto a votação no Senado pode, ao invés de esvaziar as sessões na Câmara, trazer parlamentares à Brasília e auxiliar o quórum no Congresso durante agosto.

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