O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou nesta terça-feira (12), 14 pessoas por homicídio culposo pela queda, em abril deste ano, da ciclovia Tim Maia, em São Conrado, na zona sul do Rio. O acidente matou Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, e Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos. Entre os denunciados, sete são servidores públicos. Outros sete são das empresas contratadas para a obra. A denúncia dos promotores Marisa Paiva e Alexandre Murilo Graça foi encaminhada para a 32ª Vara Criminal que analisará se aceita ou não as alegações do Ministério Público.
A prefeitura do Rio de Janeiro disse que sempre esteve à disposição da polícia para o caso. O consórcio Contemat-Concrejato e a Engemolde informaram que não tiveram acesso ao inquérito e não irão se pronunciar sobre o assunto. Se condenados, os denunciados podem cumprir pena de 2 a 8 anos de prisão. A denúncia considera em parte o inquérito elaborado pelo delegado José Alberto Lages, da 15ª DP (Gávea). O delegado ouviu 27 pessoas entre testemunhas e profissionais envolvidos na construção da ciclovia. No inquérito há relatos de engenheiros, responsáveis pela obra, que reconhecem que o projeto deveria conter um "estudo prévio do regime das marés e de que havia a necessidade de um plano de contingência que previsse a instabilidade das marés como aconteceu no presente caso", informa o relatório policial. O delegado Lage considera que a incidência das ondas não foi cogitada na pista da ciclovia. Os tabuleiros, como são chamados os pisos da ciclovia, se mostraram frágeis na sua fixação. A ciclovia Tim Maia foi inaugurada em janeiro deste ano com 3,9 km, tendo um trecho suspenso sobre o mar. O custo da obra foi de R$ 44,7 milhões.
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